‘Maio e junho serão os meses mais duros’, diz Mandetta sobre coronavírus no país

‘Maio e junho serão os meses mais duros’, diz Mandetta sobre coronavírus no país

Em entrevista na noite desse domingo (12) ao “Fantástico”, da Rede Globo, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, fez um alerta importante e ao mesmo tempo preocupante para a população brasileira. Segundo ele, o pior momento do novo coronavírus no país ainda está por vir. “Maio e junho serão os meses de maior estresse para o sistema de saúde. O Brasil tem diferentes realidades, não se pode comparar a países pequenos como Itália, Espanha ou Inglaterra. Teremos dias muito duros”, disse Mandetta.

Nesse domingo, o Brasil registrou 99 mortes provocadas pela Covid-19 e 1.442 novos casos da doença. Com essa atualização, já são 1.223 óbitos e um total de 22.169 casos no território nacional. 

Luiz Henrique Mandetta voltou a defender a necessidade do isolamento social para conter o avanço da pandemia e afirmou que um discurso oficial único é fundamental para não confundir a população. Questionado se há constrangimentos entre ele e o presidente Jair Bolsonaro, que tem recebido críticas por descumprir algumas orientações do Ministério da Saúde, Mandetta disse que a falta de unidade no governo preocupa. “A população olha e fala: ‘Será que o ministro da Saúde é contra o presidente?’. Não tem ninguém contra ou a favor. Nosso adversário é o coronavírus, ele é nosso principal adversário. Temos que ter foco. Espero que essa validação dos diferentes modelos de enfrentamento da situação possa ser comum e que possamos ter uma fala única. (Desencontros no discurso) levam o brasileiro à dubiedade, porque eles não sabem se escutam o ministro ou o presidente”, comentou Mandetta.

O ministro também afirmou que a solução diante da Covid-19 “não virá num toque de mágica” e recomendou manter “disciplina, foco e ciência para que a gente possa sair disso juntos”. O chefe da pasta da Saúde criticou a resistência de parte da população à política de isolamento determinada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo ele, há pessoas que acreditam em informações que circulam na internet de que a pandemia é uma invenção de países interessados em obter vantagens econômicas. “Quando você vê pessoas entrando em padarias, supermercados, fazendo filas grudadas umas nas outras, pessoas fazendo piquenique… Isso é claramente uma coisa equivocada”, declarou.

Luiz Henrique Mandetta evitou prever números do quadro da Covid-19 no Brasil. Entretanto, disse que o governo trabalha com modelos estatísticos e matemáticos que permitem cálculos e leituras de cenários: qual é o ritmo da pandemia, para onde está se deslocando e regiões onde há mais intensidade de casos, por exemplo. “Não tem como prever o avanço (do novo coronavírus), mas também não estamos no escuro. Quem vai escrever essa história é o comportamento da sociedade. Cada um de nós tem que ter cuidado individual sendo responsável pelo cuidado coletivo”, ressaltou.

Um milhão de testes

Outro assunto abordado por Mandetta foi o envio de kits de testes para os Estados.O ministro confirmou que nesta segunda-feira (13) ocorreria o repasse de 1 milhão de testes de coronavírus para as unidades federativas e disse que profissionais da saúde e da segurança pública (agentes penitenciários, bombeiros e policiais) terão o primeiro acesso aos exames “para trabalharem mais tranquilos”.

Sobre a realização de testes em massa em todo o país, Luiz Henrique Mandetta afastou por completo essa possibilidade. “É impossível fazer testagem em 200 milhões de habitantes. Optar agora pelos trabalhadores que estão na linha de frente no combate ao coronavírus. O mercado está muito aquecido, e o planeta inteiro quer o produto que nós também queremos”, disse o ministro da Saúde.

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