Sem atividades presenciais desde março, os estudantes da rede pública de ensino do Espírito Santo ainda não têm previsão de voltarem para as escolas. Apesar de já haver estudos e propostas para o retorno, ainda não é possível afirmar quando isso acontecerá.
As informações foram repassadas pelo secretário de Educação do Espírito Santo, Vitor de Angelo. Na noite de quarta-feira (24), ele participou de uma live, promovida pelo Laboratório de Gestão da Educação Básica do Espírito Santo (Lagebes), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que falava sobre a educação no contexto da pandemia no estado.
Segundo o secretário, as escolas não estão prontas para o retorno das atividades, pois é preciso levar em consideração alguns fatores que não dependem da Secretaria de Educação (Sedu). “As escolas não estão preparadas para voltar. Se tivesse, já teríamos voltado. Estamos num contexto de pandemia. Não temos ainda definido os protocolos para que os servidores e alunos possam, com segurança, viver em uma ambiente onde ainda temos exposição ao risco. A autoridade de Saúde é, no campo da Educação, extremamente relevante. Devemos olhar para o que elas estão produzindo para então pensar numa volta presencial”, afirmou.
De Angelo afirmou que ainda não há uma definição para um novo calendário escolar, pois ainda há uma série de articulações sendo realizadas por meio do apoio e do diálogos com sindicatos da categoria. “Começamos a fazer um planejamento com antecedência. Não foi um anúncio de quando voltaria. Estamos estabelecendo consensos. O que queremos é uma escola que possa abrir no momento certo com a segurança devida”, disse.
O secretário ainda lembrou que, há algumas semanas, ele citou julho como uma data de referência para o retorno das atividades. No entanto, houve uma evolução da pandemia que mostrou que o retorno ainda é inviável. Ele reforça que trata-se de uma questão de saúde pública, que é preciso autorização da Secretaria de Saúde e do decreto do governo que autorize a volta às aulas presenciais.
“Estamos pensando em agosto, mas não há um compromisso em voltar em agosto. A cada momento, vou jogando um mês para frente. Isso não é para gerar uma expectativa falsa ou relação de uma irresponsabilidade. Estamos trabalhando com datas de referência. Havendo condição e a Secretaria de Saúde autorizando, voltaremos. Não havendo, não voltaremos”, afirmou o secretário de Educação
Segundo ele, uma das propostas é o retorno escalonado, com revezamento de atividades e da presença de alunos nas instituições. O secretário ressalta que é preciso evitar aglomerações e interações e a redução no número de pessoas nas escolas é uma das alternativas para se chegar a esta proposta.
“Nossa proposta é que este escalonamento comece com os mais velhos, mas não há uma posição consensual. Há países que voltaram com os mais novos e outros com os mais velhos. Na nossa rede, entendemos que começar com o Ensino Médio é factível, pois os alunos podem ser parceiros da escola na socialização e no cumprimento dos protocolos sanitários”, disse.
Neste formato de revezamento, os primeiros alunos a voltarem para a escola seriam os que estudam o Ensino Médio. Posteriormente, o Ensino Fundamental II, seguido do Ensino Fundamental I. Por fim, voltariam os alunos dos anos iniciais.
“Depois de um mês, todos já colocaram o pé na escola em algum momento. Metade da turma vem em uma semana e a outra metade na outra. É uma proposta. Há modelos que pensam em 15 dias, outros com dia sim e dia não. Mas a ideia básica é a do revezamento”, afirmou o secretário.