Segundo ele, uma das preocupações que devem estar presentes é a de que a doença não é mortal apenas em casos de pessoas idosas com comorbidades, mas que, no Brasil, e mesmo no Espírito Santo, foram notificados jovens que têm morrido de Covid-19. “O mais prudente é manter as medidas de proteção individual, uso de máscara e evitar ficar próximo menos de um metro com pessoas que não convivem no mesmo ambiente”, recomendou.
Ainda segundo o especialista, os testes utilizados durante o Inquérito Sorológico do governo do Estado podem apresentar defeitos. “O inquérito aqui é feito com teste rápido, sendo o mesmo usado em Pelotas e outras localidades. Não dá para dizer com muita segurança que o percentual apresentado como sendo de pessoas expostas ao vírus é preciso, porque é um teste rápido que tem defeitos. Existem exames sorológicos melhores, como o de quimioluminescência, que não estava disponível quando o Estado começou a fazer o estudo”, explicou.
O infectologista afirmou que os estudos realizados para aferir exposição ao coronavírus partem do princípio de que toda população é suscetível ao vírus em si. “Hoje em dia temos dúvidas disso, porque existem pelo menos quatro coronavírus que já circulam entre a gente, que causam resfriado comum e que podem dar algum grau de imunidade cruzada. Eu digo isso porque, por exemplo, Manaus despencou em casos, melhorou muito. E chegou a ter um colapso de serviço de saúde e, no entanto, teve controle sem ter 40% ou 50% da população exposta.”
Até haver uma vacina disponível, o médico diz que é prudente que as pessoas continuem com medidas que evitem o contágio pelo coronavírus.
“E não é isso que está acontecendo. E ninguém tem a resposta sobre qual o nível de população exposta é necessário para prevenir a segunda onda. As pessoas estão sem máscara, próximas umas das outras e então nós estamos vivendo uma exposição muito alta, com muitos doentes e muitos óbitos”, finalizou.