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Notícias

Um ano após enchente, moradores de Iconha ainda lutam para recuperar prejuízos

Há um ano, Iconha, no Sul do Espírito Santo, vivia a maior enchente de sua história. Toda parte baixa da cidade ficou debaixo d’água após o rio que corta o município subir cerca de oito metros e transbordar.

Doze meses depois, centenas de famílias que perderam não só suas casas, como também suas fontes de sustento, ainda se recuperam dos prejuízos.

Assim como em Iconha, as chuvas de janeiro de 2020 atingiram outras 24 cidades do Sul do Espírito Santo. O estado de calamidade foi decretado pelo governo estadual. Ao todo, seis pessoas morreram, sendo três delas em Iconha, nos distritos de Campinho e de Bom Destino.

Rio transbordou e inundou Iconha em janeiro de 2020 — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Rio transbordou e inundou Iconha em janeiro de 2020 — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Moradores da cidade, José e Eliane Figueira ainda se lembram da altura em que a água chegou. No dia da chuva mais forte, na noite de 17 de janeiro de 2020, a casa deles, apesar de também afetada, serviu de abrigo para os vizinhos. Hoje, eles fazem a reforma como podem. Quase nada do que tinham pôde ser reaproveitado.

A filha do casal, que tinha acabado de construir uma casa ao lado da dos pais, ainda não teve coragem para se mudar.

“Ela não consegue voltar de tanto medo que ela ficou. O rio ficou com muita areia e qualquer coisa ele enche”, disse Eliane.

Ações e obras

De acordo com o Governo do Espírito Santo, um total de 466 famílias de Iconha receberam o Cartão Reconstrução, que permitiu a doação de R$ 3 mil para compra de material de construção, eletrodomésticos e compras de móveis.

Desabrigados em Iconha — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Desabrigados em Iconha — Foto: Reprodução/TV Gazetahttps://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html

O mesmo benefício foi concedido também aos moradores de Alfredo Chaves, Rio Novo do Sul, Vargem Alta, Conceição do Castelo, Iúna, Alegre, Apiacá, Bom Jesus do Norte, Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Domingos Martins, Guaçuí, Ibitirama, Irupi, Jerônimo Monteiro, Marechal Floriano, Mimoso do Sul, Muniz Freire e São José do Calçado.

De acordo com a Prefeitura de Iconha, ainda há famílias que recebem o aluguel social e há muito a ser feito.

“Casas que foram danificadas, que estão às margens do rio e não podem mais ser reformadas, o município está em diálogo com essas famílias para que nós possamos dar condições para que essas casas sejam feitas em outro lugar. Na questão do rio, nós estamos junto do governo do estado providenciando para que nos próximos meses o governo faça o desassoreamento”, explicou o prefeito Gedson Paulino (Republicanos).

O Governo do Espírito Santo afirmou que cerca de R$ 130 milhões foram investidos para recuperação dos estragos causados pela enchente. Entre as ações, estão a realização de 13 obras de contenção e a construção de oito pontes. A nova sede de uma das creches do município, no bairro Jardim Jandira, está sendo feita.

Já nas semanas seguintes à enchente, o estado organizou escritórios itinerantes para auxiliar moradores e empresários locais para o recebimento de assistência social, consultoria contábil e financeira, além de apoio para captação de linhas de financiamento emergencial. Também houve isenção de ICMS na compra de máquinas e equipamentos para quem teve prejuízo com as chuvas.

Na última sexta-feira (15), o governador Renato Casagrande (PSB) esteve em Iconha, ocasião em que anunciou a ordem de serviço para a realização da obra no entroncamento da BR-101, no Morro da Palha, que faz parte do programa “Caminhos do Campo”. Com valor de R$ 2,7 milhões, a obra deve durar 180 dias.

“Vamos seguir fazendo investimento. Estamos buscando recursos junto ao Banco Mundial para obras que diminuam o impacto das chuvas. Temos tarefas gigantescas pela frente, mas vamos seguir reconstruindo Iconha e as outras 24 cidades atingidas pelas chuvas do ano passado”, afirmou o governador”, disse o governador.

Apesar dos desafios que ainda têm pela frente, os moradores não perdem a esperança.

“Se não fosse a ajuda das pessoas, a nossa fé, a solidariedade e principalmente a esperança, nós não teríamos essa força de vontade para voltar com a garra que nós estamos tendo”, diz a gerente de Cultura e Turismo da cidade, Bárbara Volpini.