Calma e estudiosa foram os primeiros adjetivos escolhidos por Zelandia Oliveira para descrever a neta Larissa Duarte de Lima, de 23 anos. A advogada foi morta na última terça-feira após uma briga de trânsito em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Com sonho de ser delegada da Polícia Civil, Larissa tinha se formado há dois anos e estava estudando para fazer o concurso.
Larissa estava em uma moto com o namorado, que arranhou sem querer o retrovisor de um carro. O arranhão motivou uma discussão com o motorista do veículo, identificado como Antônio Gabriel, que depois teria perseguido o casal e jogado o carro contra a motocicleta, segundo testemunhas, provocando a morte de Larissa. Ele foi autuado em flagrante por homicídio doloso (com intenção de matar). A Delegacia de Homicídios da Polícia Civil investiga o caso.
A família da jovem passou toda a manhã de quarta-feira (25) no Instituto Médico-Legal (IML), no Centro do Rio, para a identificação do corpo. Wallace Oliveira, primo de Larissa, garante que o motorista avançou em direção à moto do casal de propósito.
— Os policiais e os bombeiros me contaram que foi um caso pensado porque ele disse: ‘Eu atropelei e matei, sim’ — afirma Wallace: — Simplesmente acabou com a vida dela. Era uma garota que só vivia em estudo e em casa. Não gostava de farra, não gostava de sair. Vai ser um buraco que nunca mais vai ser preenchido.
Testemunhas impediram Antonio Gabriel de sair do local. Ele foi preso e levado para a 35ª DP (Campo Grande). Posteriormente, foi transferido para a DH da capital, na Barra da Tijuca.
— Será que essa lei não vai colocar esse bandido na rua daqui a pouco? Nós não temos lei neste país. Ninguém cumpre nada — disse Zelandia Oliveira, tia-avó da jovem, visivelmente abalada.