O universitário de 20 anos que sofreu um ferimento na barriga na praia do Ermitão, em Guarapari, continua internado, mas seu estado de saúde já está estabilizado. Após 15 dias, o jovem diz estar arrependido de ter ido ao parque e usar LSD. 

Ele tinha acabado de ganhar uma bolsa de estudos e saiu para comemorar e se despedir da namorada. Por telefone, o rapaz conversou com a equipe da Record TV e afirmou ter sido ‘um grande erro’ o que aconteceu. 

“Eu penso que foram dois grandes erros. Ter entrado no Morro da Pescaria, pois é um lugar deserto, com uma trilha de mais de 800 metros, um lugar muito isolado. E para piorar teve também o uso de LSD, uma coisa que deixou a gente totalmente vulnerável”, contou. 

A história ficou conhecida em todo o país após ganhar enorme repercussão nas redes sociais com a divulgação de uma série de especulações e até do vazamento de imagens da cirurgia à qual o jovem foi submetido.

De acordo com ele, tudo isso gerou um trauma. As lembranças sobre o dia só foram resgatadas pelo jovem recentemente, após sua saída da UTI. Ele se recorda de ter sido golpeado várias vezes na cabeça.  

“Eu só lembro de estar correndo, não lembro da imagem de estar correndo, mas sim da sensação. Logo depois, fui golpeado várias vezes na cabeça. Depois disso, não lembro de mais de nada. Acredito que fui nocauteado”, relatou. 

Uso de LSD afeta memória 

Segundo o neuropsiquiatra Sérgio Luis Schimidt, o LSD é uma droga sintética alucinógena, uma das mais potentes que existe. A droga age no sistema nervoso central, pode provocar alucinações visuais, auditivas, alterações de cores e formas e perder a noção do tempo e espaço. 

“A memória fica afetada. Pode lembrar parcialmente com ‘flashs’ de imagens que podem aparecer. As pessoas que fazem uso passam a ouvir coisas que normalmente não ouviria. Não são delírios de um esquizofrênico, mas a ação é parecida”, afirmou.