Aos prantos, a mãe de de Selena Zagrillo, de 12 anos, morta no ataque as escolas em Aracuz, no Espírito Santo, disse que perdeu a filha para o ódio.
“A minha filha sempre foi luz e amor, e eu perdi a minha filha para o ódio”.
Selena estava no 6º ano e estudava na escola particular que foi invadida por um atirador nesta sexta-feira (25). A mãe, Thais Sagrillo Zucoloto, contou que a menina estudava seus últimos dias na unidade, porque iria se mudar para a Bahia com a família. A mãe, não estava no Espírito Santo no dia do crime.
“Não sei como eu vou seguir sem ela. Perder um filho é uma dor que ninguém está preparado. Nenhuma mãe, nenhum pai. Só Deus pra me dizer como eu vou seguir de agora em diante”, desabafou a mãe de Selena.
O corpo da vítima foi velado neste sábado na cidade. A cerimônia foi marcada por comoção de amigos, familiares e moradores que se chocaram com o crime.
Durante a noite, moradores acenderam velas e colocaram flores e cartazes em homenagem às vítimas em frente as escolas Primo Bitti e Centro Educacional Coqueiral, onde Selena estudava. O corpo da menina chegou ainda durante a madrugada na capela mortuária de Coqueiral de Aracruz.
Populares deixaram flores, acenderam velas e colaram cartazes na fachada de escola em homenagem a vítimas dos ataques em Aracruz — Foto: Reprodução/TV Gazeta
A empresária Tamiris Fanttini Sagrillo, tia de Selena, foi a primeira pessoa da família a chegar à escola após o ataque. Do portão, ela gritava por respostas.
“Quero agradecer principalmente a ação da polícia, por ter agido tão rápido e ter prendido o sujeito, e só quero pedir justiça pela minha sobrinha que é tão amada. A dor que ele causou ele tem que pagar”, falou a tia de Selena.
Desesperada, tia Selena foi a primeira familiar a chegar na escola após o ataque em Aracruz — Foto: Reprodução/TV Gazeta
O bairro Coqueiral é conhecido pela tranquilidade. Moradores que vivem na região há décadas relataram que chegam a ficar em casa com portas abertas, mas que viram a tranquilidade ser interrompida por momentos de terror nesta sexta.
“A gente vê na televisão mas a gente nunca acha que vai acontecer no lugar que a gente mora. A comunidade tá toda comovida, eu nem sei nem o que dizer, gente, porque é muito triste”, disse a executiva de negócios Rosiane Demarchi Lyra, moradora de Coqueiral.