A professora de inglês Degina Rodolfo de Oliveira Fernandes de 37 anos é uma das 12 vítimas que foram feridas no ataque em escolas de Aracruz, no Norte do Espírito Santo. A educadora foi baleada por cinco tiros, que atingiram as pernas, quadril, abdômen e torax. Segundo a família, a vítima está em coma induzido e intubada no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, na Grande Vitória, e sem previsão de alta.
Degina tem um casal de filhos gêmeos de 7 anos e um bebê de oito meses, que inclusive, ainda é amamentado com leite mamterno. O marido da professora, o técnico mecânico Leandro Fernandes conversou com o g1 na manhã desta terça-feira (29).
Leandro disse que a esposa sofreu ao ser baleada e, posteriormente, com a impossibilidade de amamentar.
“Degina acordava de madrugada para dar de mamar para o nosso filho. Graças a Deus tinha muito leite e os seios ficavam tão cheios de doer. Eu tive que entrar com fórmula para alimentar nosso filho, mas isso não é nada, no tanto que minha esposa deve estar sofrendo”, disse.
Até a última atualização desta reportagem, no total, cinco vítimas ainda estavam internadas em hospitais do Espírito Santo. O atentado deixou quatro mortos e 12 feridos.
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Degina foi levada de helicóptero de Aracruz ao Hospital Jayme Santos Neves — Foto: Divulgação/Notaer
Notícia do atentado
O técnico mecânico contou que a esposa é professora há 11 anos, destes, 5 foram dedicados à Escola Estadual Primo Pitti, alvo do primeiro ataque do suspeito. O marido estava trabalhando quando soube dos tiros na escola.
“Umas amigas do trabalham começaram a me perguntar se eu estava sabendo dos tiros na escola. Disseram que entraram lá para assaltar. Perguntavam se Degina estava trabalhando e eu disse que sim. Comecei a ligar para ela e o desespero foi aumentando”, relatou.
Leandro disse que seu carro não tinha combustível suficiente para se deslocar até o trabalho da esposa e se parasse em um posto de combustíveis perderia mais tempo. A empresa onde trabalha cedeu um veículo para o funcionário buscar informações.
“Ajoelhei, orei e pedi a Deus que protege ela de todo mau. Fui dirigindo, orando e chorando do meu trabalho até a escola. Ao chegar lá, vi muitas ambulâncias e viaturas da polícia. Um grupo de professores, que não estava machucado, me recebeu aos prantos. Pensei que minha esposa tinha sido vítima e morrido ali mesmo. Fui informado que ela estava tão ferida que foi socorrida de helicóptero. Aí me enchi de esperança”, relembrou.
O técnico mecânico visitou a esposa pela primeira vez no sábado (26). Disse que ficou impressionado ao encontrar a esposa tão ferida.
Recuperação
Leandro disse que a esposa está sendo muito bem tratada, mas o estado de saúde é muito grave. Degina estava na sala dos professores e foi atingida por cinco tiros. Segundo o marido, a professora levou tiros no tórax, no abdômen e nas pernas. Em uma das pernas, teve fratura exposta.
“A evolução dela está sendo bom, mas o quadro ainda é bem grave. Ela está em coma e intubada. Ela não poder ter infecção de jeito nenhum. O intestino foi muito afetado pelos fragmentos da bala. Minha esposa é uma mulher muito forte e guerreira, está lutando pelos filhos. Vamos seguir firma na Vitória, cada dia é um milagre.
Segundo o último boletim enviado pela Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa) na noite de segunda-feira (28), a professora segue internada na unidade em UTI em grave estado geral.