Um homem foi atropelado em um posto de gasolina que fica em frente a uma base da Polícia Militar em Santa Maria de Jetibá, Região Serrana do Espírito Santo, na noite de sábado (22). Imagens de câmera de segurança mostram uma viatura parada no local. Segundo parentes da vítima, o homem chegou a pedir ajuda aos policiais e registrou um boletim de ocorrência. Horas depois, a vítima foi procurar ajuda médica no hospital e acabou morrendo.
Diomara Ortolan, sobrinha de Jovelino Ortolan, de 40 anos, contou que o tio chegou a conversar com os policiais depois de ser atropelado.
“A gente não sabe realmente o que aconteceu antes do atropelamento, mas ele parou no DPM (Destacamento da Polícia Militar) para pedir ajuda. Ele levantou e foi até os policiais, que conversaram com ele. Depois, ele foi até a oficina dele, deixou o carro, ligou pro amigo dele que trabalhava com ele, e foram até o hospital”, explicou a sobrinha.
Um amigo da vítima disse ao g1 que Jovelino, que era conhecido por amigos como “Ortelã”, chegou a ligar para ele poucos minutos depois do atropelamento, dizendo saber quem era o motorista.
“O ‘Ortelã’ me ligou por volta das 20h15, depois do acidente, e ele me ligou dizendo que sabia quem era o cara que tinha atropelado ele. Ele ligou até querendo saber onde esse cara morava. Não deu pra entender direito, mas acredito que aconteceu alguma briga antes do atropelamento e o ‘Ortelã’ sabia que o cara estava atrás dele”, disse o amigo da vítima.
Jovelino foi atendido no hospital da cidade e, de acordo com o relato da sobrinha, ele já chegou ao local com o coração muito acelerado.
A Polícia Militar disse que a vítima foi até o posto da polícia e relatou que tinha sido atropelado por um veículo e que o motorista tinha fugido sem prestar socorro e fugido para o bairro São Luis.
A polícia então procurou pelo motorista mas não conseguiu encontrá-lo. Depois disso, a PM informou que Jovelino foi até o Hospital Concórdia e entrou no Pronto Atendimento andando, mas em pouco tempo seus batimentos cardíacos aumentaram muito e o homem morreu poucos minutos após ter dado entrada no hospital.
“O médico falou comigo que o coração dele estava batendo muito rápido e os remédios não conseguiram desacelerar. Disseram que o coração chegou a bater 200 bpm (batidas por minuto). Ele estava sentido muita dor no peito. Só depois da morte dele ficamos sabendo que o coração dele é maior que o normal”, contou Diomara.
A vítima era dona de uma oficina mecânica de motos. Jovelino deixa uma filha de cinco anos.
Ainda segundo a polícia, os policiais receberam a informação de que o motorista envolvido no acidente tinha feito contato com um policial militar da região.
O motorista teria dito a polícia que estava dirigindo quando um veículo que vinha na mesma direção, atrás dele, iniciou série de tentativas de ultrapassagem indevida e, antes mesmo de conseguir passar, algum ocupante do carro teria realizado dois disparos de arma de fogo em via pública.
Ainda de acordo com o motorista, após a ultrapassagem, o carro estacionou em um posto mais à frente. Dois homens teriam saído do veículo e desembarcado e estariam aguardando o motorista passar pelo local. Nesse momento, o homem contou que um deles teria se jogado na frente de seu veículo.
O condutor relatou ainda que com medo dos homens atirarem novamente e temendo pela sua vida, de sua esposa e filha, com necessidades especiais que estavam com ele, fugiu do local.
Depois do relato do motorista, os militares foram até o endereço dele, que foi encontrado em casa com sua família e confirmou a declaração. Em seguida, ele colaborou acompanhando os policiais até à Delegacia de Aracruz para prestar depoimento.
A Polícia Civil disse que o condutor do veículo, de 43 anos, conduzido à Delegacia Regional de Aracruz, foi ouvido e liberado após a autoridade policial entender que não havia elementos suficientes para lavrar um auto de prisão em flagrante naquele momento.
O corpo da vítima foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória para ser necropsiado e, posteriormente, liberado para os familiares. O caso segue sob investigação da Delegacia de Polícia de Santa Maria de Jetibá, que aguarda o resultado dos laudos.