Morreu, aos 97 anos, o apresentador e jornalista Cid Moreira. A informação foi divulgada pela TV Globo, durante o programa Encontro, na manhã desta quinta-feira (3).
O apresentador, locutor e jornalista estava com dificuldade de funcionamento dos rins desde 2022 e, por isso, recorria a sessões de diálise. Cid marcou a televisão brasileira, se tornando uma das vozes mais emblemáticas do jornalismo.
O tratamento, que começou no hospital, começou a ser realizado em casa com a ajuda da mulher, Fátima Sampaio.
Quem foi Cid Moreira?
Dono de uma voz inconfundível, o comunicador fez história na televisão brasileira por apresentar o “Jornal Nacional” durante 27 anos.
Nascido em Taubaté (SP), Cid Moreira deu início à sua trajetória profissional aos 15 anos, quando começou a trabalhar como contador na rádio Difusora da cidade. Sua voz marcante e de timbre grave chamou a atenção, levando-o a ser convidado para atuar como locutor pouco tempo depois.
Formado em contabilidade, em 1947, mudou-se para a capital paulista e foi trabalhar na rádio Bandeirantes. Naquele período, também atuou como locutor oficial na campanha política de Ademar de Barros, um dos proprietários da emissora.
Em 1951, Cid foi contratado pela rádio Mayrink Veiga, permanecendo por 12 anos e consolidando-se como uma das principais vozes do rádio brasileiro.
Durante esse período, também trabalhou em produções cinematográficas, narrando documentários e atuando em filmes, como Angu de Caroço (1955) e Traficantes do Crime (1958). Sua voz tornou-se icônica nos jornais de cinema, que eram exibidos por todo o país.
Em 1969, Cid Moreira alcançou projeção nacional ao se tornar âncora do Jornal Nacional, da Rede Globo, programa que apresentaria por quase três décadas, até 1996. Ele dividiu a bancada com Hilton Gomes na estreia do jornal e, em sua última edição, esteve ao lado de Sérgio Chapelin.
Além de seu trabalho no jornalismo, Cid Moreira ficou famoso por narrar a versão em áudio da Bíblia, gravada em 2001.
Ao longo de seus 70 anos de carreira, Cid publicou o livro Boa Noite, cujo título homenageia sua saudação característica ao final de cada edição do jornal que apresentava.