O professor de luta Kindermann Oliveira Novaes, de 33 anos, foi preso em flagrante suspeito de produzir anabolizante em um laboratório clandestino, em Vila Velha, na Grande Vitória. Ele usava amido de milho e até semente de uva misturado a outras substâncias para produzir as “bombas”.

O crime foi descoberto após uma plataforma de vendas on-line denunciar à polícia que o suspeito fazia compras frequentes de produtos que poderiam ser usados na produção de anabolizantes.

“Passaram os dados de cadastro desse indivíduo e o histórico de compras que ele realizava. Na semana passada, após a unidade policial ter, de fato, identificado o endereço dele, deu cumprimento a um mandado de busca e apreensão”, explicou o delegado Brenno Andrade, da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC).

O homem foi preso na casa dele, no bairro Cristóvão Colombo, na quinta-feira (11). Ele resistiu à prisão e ameaçou fazer uma live nas redes sociais mostrando a operação da polícia.

“O suspeito tem um porte avantajado e ofereceu resistência para os policiais civis. Quando a equipe chegou na residência, inclusive, ele fez menção de fazer uma live em uma rede social da operação policial. Então você verifica a audácia desse criminoso, atentando contra o trabalho da Polícia Civil”, contou o delegado.

Com o suspeito, foram apreendidos um veículo, oito celulares, um notebook, um agitador magnético (usado para misturar o anabolizante), 48 frascos de estanozolol, 13 frascos de dianabol, 90 frascos com líquido amarelo (sem rótulo), e outros 100 frascos com tampa preta (sem rótulo), e caixas de vários medicamentos.

Segundo a polícia, chamou a atenção o fato do suspeito usar amido de milho e sementes de uva nessa “bomba”.

Não há informações sobre como ele comercializava os anabolizantes produzidos.

A partir do momento que ele coloca essas substâncias para comercialização, ele ‘atenta’ contra a vida de outras pessoas, porque são substâncias que não têm uma procedência. Inclusive, tinha até amido de milho no laboratório dele que ele usava para misturar esses produtos”

— Delegado Brenno Andrade, Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos

‘Bomba’ batizada: polícia prende professor de luta que produzia anabolizante com amido em laboratório clandestino no — Foto: Reprodução/ Polícia Civil

Compras chegavam na casa do pai

O endereço onde as compras chegavam pertencia ao pai do suspeito. Ao ser abordado, ele contou que recebia mercadorias do filho três vezes na semana.

“O pai, de forma colaborativa, de livre e espontânea vontade, levou os policiais civis até a residência desse indivíduo”, completou o delegado.

De acordo com a polícia, o suspeito não prestou depoimento e se reservou ao direito de não falar. No entanto, o pai dele contou que o filho é lutador de kickboxing e boxe chinês, e dá aulas em uma academia.

‘Bomba’ batizada: polícia prende professor de luta que produzia anabolizante com amido em laboratório clandestino no Espírito Santo — Foto: Reprodução/ Polícia Civil

Histórico de crimes

Após a audiência de custódia, o homem teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Essa não foi a primeira passagem dele pela polícia.

Em agosto de 2021, ele foi preso dentro de uma agência dos Correios recebendo substâncias anabolizantes. O processo corre na Justiça, mas ainda não teve julgamento finalizado.

Já em 2023, ele foi novamente detido, mas dessa vez por Lei Maria da Penha.

Agora, ele vai responder por armazenar substâncias ilegais e por periclitação da vida, que acontece quando se coloca em risco a vida de alguém.

‘Bomba’ batizada: polícia prende professor de luta que produzia anabolizante com amido em laboratório clandestino no — Foto: Reprodução/ Polícia Civil

O professor de luta Kindermann Oliveira Novaes, de 33 anos, foi preso em flagrante suspeito de produzir anabolizante em um laboratório clandestino no Espírito Santo — Foto: Reprodução/ Redes Sociais