Acampar em uma ilha deserta tendo a possibilidade de ver o nascer e o pôr do sol será realidade em Guarapari. Reconhecido por possuir grande diversidade de peixes, o arquipélago das Três Ilhas, localizado na Área de Proteção Ambiental (APA) de Setiba, terá área para camping com banheiro e espaço adequado para preparação de alimentos e até para fogueiras.
Acampar em uma ilha deserta tendo a possibilidade de ver o nascer e o pôr do sol será realidade em Guarapari. Reconhecido por possuir grande diversidade de peixes, o arquipélago das Três Ilhas, localizado na Área de Proteção Ambiental (APA) de Setiba, terá área para camping com banheiro e espaço adequado para preparação de alimentos e até para fogueiras.
O local será liberado para acampamento, após a conclusão do plano de uso público, que está sendo elaborado pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
“Teremos local adequado, banheiro para evitar a poluição, local adequado para preparo de comida e as áreas autorizadas para fogueira sem risco de gerar incêndio, além de número restrito de barracas e pessoas, para não causar impacto”, esclareceu a bióloga do Iema e coordenadora das ações marinhas da APA de Setiba, Sandra Ribeiro.
A ideia, segundo ela, é liberar o acampamento através de um sistema de agendamento. O plano de uso público está sendo construído através de pesquisas elaboradas pelo Iema e quatro voluntários do Paraná, São Paulo e Pernambuco, desde o começo do mês de janeiro.
“São dois meses de pesquisa, que vão até o final do mês de fevereiro. Mas a pesquisa deve acontecer na baixa temporada também, para termos um parâmetro do que acontece. O plano será montado pelo Iema, com participação de conselhos públicos voltados ao meio ambiente”, disse a bióloga.
“Nesse primeiro momento, estamos mapeando como acontece o turismo lá, para poder fazer com que esse turismo seja mais sustentável e tenha um foco de ecoturismo, que é o objetivo da criação da unidade”, completou Sandra.
“É um lugar lindo, que nos traz paz. O contato com a natureza, com o mar, com o verde é diferente. É como se você tivesse longe de todos os problemas do dia a dia. Será muito legal poder acampar e ver o nascer e o pôr do sol, dormir com o brilho da lua”, afirmou.
Diversidade encanta pesquisadora
Encantada com o que viu nas profundezas do mar de Guarapari, voluntária na pesquisa, a bióloga Bruna Buzatto, 32, de São José do Rio Preto, São Paulo, disse que já mergulhou em Fernando de Noronha e Abrolhos, mas nunca viu nada parecido com Guarapari.
“Aqui encontrei vários peixes que nunca tinha visto. Aqui tem lula, vários tipos de estrelas, não vimos cavalo-marinho, mas foi catalogado, e várias outras espécies que a gente não vê outro lugar”, disse Bruna.
Ela completa. “Essa abundância de peixes acaba sendo maior, porque a área é protegida há muito mais tempo. São 30 anos de criação do parque e a busca de conservação. Com essa busca de remanejar o uso público, a diversidade pode ser ainda maior”.
Para Bruna, o turismo de mergulho pode ser amplamente explorado no local, e atrair pessoas do mundo inteiro. “Noronha é um turismo de elite, Abrolhos é mais distante, com três horas para ir e três horas para voltar, e por isso dificulta um pouco o turismo. E Guarapari pode se transformar em uma referência, pela proximidade, já que é apenas uma hora de navegação, e tem tudo”, enaltece.
Durante as pesquisas, os voluntários detectaram que algumas espécies de peixes desapareceram ao longo do tempo, devido à pesca desordenada. Em busca de preservar todas as espécies, uma área das ilhas será fechada para funcionar como um criadouro natural.
O arquipélago das Três Ilhas é a parte mais importante da APA de Setiba, e já está fechada para pesca.
Voluntários
Os voluntários para o estudo foram selecionados por meio de um edital do Iema, que visa à elaboração do plano de uso público da APA de Setiba, em Guarapari. Os voluntários são Giuliani Manfredini, 21 anos, estudante de oceanografia (Paraná); Rodrigo Carvalho, 24, biólogo (SP); Maria Clara Silva, 22, estudante de ciências biológicas (Pernambuco); e Bruna Buzzato, 32, bióloga (São Paulo). A pesquisa é coordenada pela bióloga do Iema Sandra Ribeiro.
Fonte: Jornal A Tribuna
Por Roberta Bourguignon