MPC confirma denúncia feita por Majeski de que Estado não aplica recurso bilionário na educação

MPC confirma denúncia feita por Majeski de que Estado não aplica recurso bilionário na educação

Divulgado nesta quinta-feira (16), parecer do Ministério Público de Contas (MPC) sobre a Prestação de Contas Anual (PCA) do governador, relativa ao exercício de 2019, confirma a denúncia feita pelo deputado estadual Sergio Majeski (PSB) à Procuradoria Geral da República (PGR), ainda em 2017. Desde 2011 o Governo do Estado descumpre a Constituição Federal e não aplica o mínimo de 25% do orçamento em educação.

“É importante que os órgãos de controle confirmem que há irregularidade. Já são mais de R$ 5 bilhões que deixaram de ser investidos na educação pública desde 2011 para pagar aposentados e pensionistas do setor. Isso não pode! A legislação é clara. Esse recurso bilionário faz muita falta para fortalecer o ensino gratuito que todo cidadão tem direito. O dinheiro deveria ser investido para aumentar o salário de professores e de outros profissionais que atuam nas escolas, na melhoria da infraestrutura das escolas, por exemplo. A educação é o principal caminho para o desenvolvimento de uma nação”, destaca Majeski. 

Embora o relatório técnico elaborado pela Secretaria de Controle Externo de Contabilidade, Economia e Gestão Fiscal (SecexContas) aponte no ano de 2019 a aplicação de R$ 3.162.896.191,19 (27,80%) da receita resultante de impostos e das transferências constitucionais em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), nesse índice está computada despesa com repasse para cobrir déficit financeiro do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) com servidores inativos da educação no valor de R$ 783.167.581,25.

Sem considerar essas despesas com inativos, o verdadeiro índice dos recursos aplicados em educação pelo Estado do Espírito Santo em 2019 é de 20,91% da receita resultante de impostos e faltaria o montante de R$ 465.058.558,05 para atingir o limite mínimo de 25%, estabelecido no artigo 212 da Constituição Federal.

Em 2017, o deputado Majeski denunciou a prática realizada pelo governo capixaba à Procuradoria Geral da República (PGR), originando a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5691, que está conclusa para julgamento da relatora ministra Rosa Weber.

De 2011 a 2019 foram R$ 5,212 bilhões que deixaram de ser aplicados em MDE e agora em 2020, no primeiro quadrimestre, são mais R$ 131,5 milhões para pagamentos de inativos que foram computados irregularmente como investimento, em desacordo com o Manual dos Demonstrativos Fiscais do Tesouro Nacional e com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

Ainda que a ADI 5691 não tenha sido julgada pela Suprema Corte, o MPC ressalta que, ao julgar ações similares de outros Estados, o STF concluiu pela impossibilidade de se incluir o pagamento de proventos de inativos no conceito de gastos com educação, sob pena de descumprimento da Constituição.

Com informações do MPC