Na última entrega do dia, um motoboy, o Léo, acabou batendo em um carro. Eis que ele se surpreendeu com a atitude do motorista. Leia o relato
Era o seu primeiro dia de trabalho. O dia inteiro debaixo de um sol escaldante, pilotando uma moto de lá pra cá.
Léo é mais um dos milhares de desempregados nessa pandemia defendendo o pão de cada dia. O cansaço fez ele se descuidar e invadir meu carro, rs.
Atravessei o carro na pista na hora e minha única preocupação era… “Você está bem?”.
Léo choroso dizia: era minha última entrega, preciso fazer minha última entrega.
Passado o susto encostamos a moto, coloquei ele no meu carro e fui fazer a entrega. Tivemos então a chance de conversar e eu descobri não só o Léo moto-boy, mas o pai do Ryan. Casado, esforçado, honesto.
Um preto maneiro que ainda paga uma graninha pro irmão tomar conta do filho dele enquanto ele e a mulher trabalham.
Não, ele não pode e nem vai pagar o meu prejuízo. Mas e daí? Coisas vem e vão. E eu ainda me prontifiquei a consertar o que se quebrou na moto dele.
Eu não tenho muito (pra falar a verdade tenho é beeeemmmm pouquinho) mas ele não pode parar. Se ele parar o Ryan não come, o irmão padece e a vida empaca.
Comecei o dia sambando de felicidade e termino igualmente feliz. Feliz pq ele não quebrou nada, feliz pq vamos consertar a moto e o Ryan não vai ficar desamparado, feliz pq minha mãe me deu coragem e eu não sou basculho(Gil vigor feelings) pra ir embora sem prestar socorro.
É isso que significa ninguém soltar a mão de ninguém ou nas palavras de Jesus: quem tem duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma.
E no final fiz um amigo. Registramos a foto pq depois queremos voltar e rir dessa situação. Ame as pessoas, use as coisas.