O capixaba está sentindo diretamente no bolso os frequentes aumentos no preço dos combustíveis este ano. E, de acordo com especialistas, as dificuldades para manter o tanque cheio vão ainda aumentar: o litro da gasolina deve ultrapassar R$ 7 até o final de dezembro.
De acordo com economistas, um dos principais motivos que está fazendo o combustível disparar é o fator do preço do barril do petróleo estar cotado internacionalmente. Crises no Oriente Médio tendem a fazer com que os preços subam ainda mais.
“O que está alterando é o preço lá fora. A Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo) é quem faz essa precificação. Tivemos uma evolução e um dos principais motivos são as crises políticas no Oriente Médio”, afirmou Fabrício Azevedo, professor universitário e financista.
Ele destacou que, com a recente tomada do Afeganistão pelo Talibã, o valor do combustível deve aumentar ainda mais.
“Na hora que vai se fazer qualquer manipulação com o petróleo nessas regiões, tem o risco de ataque. E, quando se ataca, para de extrair. Aí voltamos à questão da oferta e demanda. Com a menor oferta, o preço sobe. Por isso temos a previsão de chegar a R$7”.
Segundo o economista José Márcio Soares de Barros, é possível que o preço da gasolina não só chegue a R$ 7, como ultrapasse. Ele citou também outros fatores para o aumento dos valores.
“A outra questão é a incerteza política e fiscal, se tivermos uma conjuntura de fatores atuando ao mesmo tempo, podemos ter uma gasolina do preço mais elevado, sim. Se as coisas continuarem a se agravar nessa mesma toada, tem a possibilidade de subir”, prevê José Márcio Soares de Barros.
Melhoria
O economista Ricardo Paixão afirmou que uma melhoria do cenário internacional em relação à pandemia, bem como o avanço da vacinação, podem ajudar a conter as elevações do preço do barril e petróleo e, consequentemente, da gasolina no País.
“Se melhor, se tivermos mais estabilidade internacional, isso pode conter a alta. Isso junto com as ações governamentais. Mas a possibilidade é grande do combustível continuar subindo”, acredita o economista.
Preço médio já chega a R$ 6,69
O litro da gasolina comum já chegou a R$ 6,69, em média, fora da Grande Vitória.
O maior valor, segundo o monitor de preços de combustíveis da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), foi registrado em Presidente Kennedy.
Em Vitória, a média já é de R$ 6,01 por litro, segundo a Sefaz. No Estado, neste ano, o menor valor da gasolina foi de R$ 5,55.
Com o último reajuste da Petrobras, anunciado neste mês, o preço médio por litro do combustível vendido às distribuidoras subiu de R$ 2,69 para R$ 2,78.
O aumento representou um avanço de R$ 0,09 ou 3,34% por litro, repassado ao preço final ao consumidor por distribuidores e revendedores.
A Petrobras destaca que até a gasolina chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais (39,1%); custos para aquisição e mistura obrigatória de etanol anidro (15,7%); além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores (12,2%).
A contribuição do preço da Petrobras para o preço na bomba é de 33%, segundo dados da ANP. “Assim, os valores praticados nas refinarias pela Petrobras são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo”, ressaltou a estatal em comunicado.