Operações da PF miram empresas suspeitas de movimentar mais de R$ 1 bilhão em esquema ilegal
Duas operações da Polícia Federal realizadas nesta sexta-feira (1º) investigam empresas do Espírito Santos por crimes contra o sistema financeiro nacional.
O grupo investigado teria realizado, entre 2015 e 2018, movimentações financeiras suspeitas na ordem de mais de R$ 1 bilhão.
A investigação foi feita em conjunto entre a PF, a Receita Federal e o Ministério Público Federal (MPF) e os crimes investigados são operações de câmbio ilegais, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão na Grande Vitória (11) e em Itajaí (1), em Santa Catarina, em endereços residenciais e comerciais de proprietários e pessoas ligadas às empresas investigadas. Os nomes das empresas não foram divulgados.
Também a pedido da PF, foi determinado judicialmente o sequestro de bens e dinheiro na ordem de R$ 11 milhões para alvos da Operação Escape e de cerca de R$ 1 milhão para alvos da Operação Sumidouro. A medida inclui imóveis, veículos e valores em contas bancárias.
O objetivo das ações, além do cumprimento das ordens judiciais, é obter novos elementos de provas para desmantelar o esquema criminoso dedicado ao cometimento de evasão de divisas, fraude cambial e lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, as duas operações apuram a participação de empresas capixabas no crime de evasão de divisas, por meio de processos de importação fraudulentos, com possível contratação de operação de câmbio utilizando documentação falsa, resultando em uma intensa movimentação de recursos ao exterior.
As investigações referentes à Operação Escape começaram em 2018, com a notícia de que o principal alvo desta operação, juntamente a doleiros já denunciados em outro processo, teria realizado, entre os anos 2015 a 2018, movimentações financeiras suspeitas de mais de R$ 1 bilhão.
Segundo a PF, a empresa operadora do esquema recebia em suas contas bancárias valores de clientes de diversas regiões do país, tais como comerciantes da Rua 25 de março, em São Paulo, e promovia o envio dos recursos ao exterior, sobretudo a beneficiários localizados na China e Estados Unidos, por intermédio de importações fraudulentas.
A Operação Sumidouro representa um desdobramento dos trabalhos investigativos da Escape, com identificação de um outro grupo autônomo de agentes e empresas de comércio exterior, que, segundo a PF, também se utilizavam de “engenhoso esquema de remessa ilegal de divisas para fora do país”, baseado em importações efetivadas à margem do sistema aduaneiro, com a contratação de câmbio sem a devida declaração de importação ou até mesmo amparados em importações fictícias.