Um homem foi encontrado morto dentro de casa no final da manhã de hoje no bairro Itapebussu, em Guarapari. De acordo com informações da polícia, trata-se de Paulo José Lisboa, que ficou conhecido como o Maníaco da Corrente, criminoso que ficou muito conhecido em São Paulo e viveu anos como foragido em Guarapari e acabou sendo preso em Vitória.
Paulo José Lisboa conhecido pelos paulistas como “o maníaco da corrente”, segundo noticiou A Gazeta no ano da prisão do criminoso, e atuava matando prostitutas e travestis. No Estado de São Paulo, o assassino em série foi condenado pela morte de cinco pessoas e espancamento de outras seis, usando uma trava para carros para estrangular as vítimas.
O serial killer ficou foragido após ter cumprido aproximadamente cinco anos de uma pena de 14, no Presídio da Paulistana, no Departamento de Investigação Gerais (DIG) e no Hospital de Custódia e Tratamento de Franco da Rocha, em São Paulo. Desde então, ele passou a morar em uma casa em Guarapari.
Os vizinhos pouco sabiam do passado de Paulo. Após a fuga, ele pretendia ir para a Bahia, mas acabou se apaixonando pelo litoral capixaba e aqui decidiu fixar residência. A prisão do “maníaco” só aconteceu porque policiais de São Paulo receberam informações de que ele estaria no Espírito Santo. Seis meses antes de ser preso, a Polícia Civil capixaba começou as investigações. Já em maio, teve mandado de prisão expedido pela 1ª Vara Criminal de Guarapari, acusado de uma tentativa de homicídio ocorrida no Dia das Mães, em Muquiçaba.
VÍTIMA ESCAPOU COM “BOA NOITE CINDERELA”
Graças ao golpe conhecido como “boa noite cinderela”, em que uma pessoa é dopada, uma mulher de 24 anos à época, que viria a ser vítima de Paulo, não foi morta. A mulher foi à casa dele e trocou os copos que seriam servidos aos dois. O resultado: quem acabou dopado foi o criminoso.
Em depoimento ao delegado, a garota de programa reconheceu o suspeito como o autor do ataque sofrido por ela. Segundo a jovem, Paulo a teria abordado numa rua do bairro Parque Moscoso, em Vitória, e chamado-a para um programa na casa dele.
A jovem se trancou no banheiro e, ao sair, foi agarrada pelo pescoço, mas conseguiu se livrar e desceu as escadas da casa dele. Ele não conseguiu ir atrás. A moça disse que alguns dias depois foi novamente encontrada por ele e recebeu ameaças.
PSICOPATA
Para um psiquiatra forense da Polícia Civil, o vendedor Paulo José Lisboa, poderia ser classificado como um “psicopata social”. O diagnóstico do psiquiatra foi feito após depoimento prestado pelo suspeito durante cinco horas, na Delegacia de Crimes Contra a Vida de Vitória. Na visão do psiquiatra, Paulo também poderia ser enquadrado na categoria serial killer – assassino em série – por atacar apenas travestis e garotas de programa.
Questionado sobre crimes no Estado, o acusado negava, mesmo com indícios de participação na morte de seis prostitutas, a maioria na região do Parque Tancredão, no bairro Mário Cypreste. Outro assassinato foi praticado próximo às torres de TV, no Parque da Fonte Grande.
Em todos os crimes, as vítimas foram encontradas estranguladas e deixadas nuas em áreas afastadas. De acordo com o delegado à frente do caso, na visão do psiquiatra, não haveria cura para esse tipo de comportamento e apontou que o acusado se sentia atraído e, ao mesmo tempo, incomodado com travestis e garotas de programa. Mas se mantinha próximo à prostituição.
À ocasião do depoimento, chegou a conversar com a mãe e a esposa, que o esperavam no corredor, abaladas.
O serial killer Paulo José Lisboa chegou a ser investigado pelo emblemático homicídio da jovem estudante Isabela Cassani, ocorrido em 24 de outubro de 1999. A teoria foi logo descartada.
TEMA DE LIVRO
A saga criminosa do suspeito teve tanta notoriedade que foi contada pelo psiquiatra forense Guido Palomba, no livro “Loucuras e Crimes”. Na prisão em São Paulo, ficou ao lado de criminosos famosos, como João Acácio Pereira da Costa, o Bandido da Luz Vermelha, morto em 1998.
O maníaco afirmou à polícia nunca ter mantido relações sexuais com as vítimas. Não sabendo explicar também, o porquê dos crimes.
SENTENÇA NA JUSTIÇA CAPIXABA
Entre os processos criminais a que Paulo respondeu, uma condenação ocorreu em 2011. De acordo com o juiz Daniel Peçanha Moreira, o acusado agia com alto grau de culpabilidade: