Empresário preso por morte de motoboy em Guarapari diz à polícia que era ameaçado

Empresário preso por morte de motoboy em Guarapari diz à polícia que era ameaçado

O empresário Ronny Almeida Baptista, de 30 anos, dono de uma distribuidora de bebidas, preso suspeito de matar a tiros o motoboy Dyogenes Souza Nascimento, de 25, na última terça-feira (12), em Guarapari, na Grande Vitória, disse que matou a vítima porque foi ameaçado por ela várias vezes.

O homem se apresentou na Delegacia Regional de Guarapari, nesta quarta (13), junto com dois advogados e confessou o crime.

De acordo com o delegado delegado Franco Malini, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Guarapari, o empresário disse que, desde uma briga de trânsito com a vítima há dois meses atrás, ele e a esposa estavam sendo ameaçados pelo motoboy, mesmo com as tentativas de resolver o caso amigavelmente.

“Essa questão da motivação ainda é investigada. Teve uma briga de trânsito porque não deu seta e a vítima teria ido à distribuidora e ameaçado a esposa dele. A imagem que a gente tem da briga de trânsito é da moto atravessada na rua na frente do carro do autor. A vítima reclamava que teria levado uma fechada no trânsito e ele não pediu desculpa. O autor fala que pediu desculpas, que a esposa dele pediu desculpas mas a vítima insistia em persegui-lo por conta da fechada de trânsito”, contou o delegado.

Ele contou à polícia que, no dia do crime, o encontro entre ele e a vítima foi casual.

“O autor afirma que estava no local do crime para receber um dinheiro mas o que aparenta é que ele tinha chegado algumas horas antes e estava até bebendo. Ele disse que estava no bar e casualmente a vítima passou lá, foi tirar novamente satisfação por causa da briga de trânsito, o que gerou o homicídio”, disse Franco.

Sobre a arma, a Polícia Civil verificou que não há registro em nome do empresário. Segundo o depoimento dele, a arma foi adquirida há cerca de 20 dias, na feira de Aribiri, em Vila Velha, depois que ele começou a receber ameaças da vítima.

A prisão do empresário é temporária por 30 dias e o inquérito ainda não foi concluído.

“Temos esse prazo [30 dias] para fazer mais diligências, concluir o inquérito analisar ao final se vamos renovar a prisão temporária, se vamos solicitar a prisão preventiva ou se não vamos representar por nada para que ele seja solto”, informou o delegado.

O crime

O crime foi registrado por uma câmera de videomonitoramento. O motociclista foi baleado no meio da rua, na Avenida Antônio Guimarães.

O início do vídeo mostra a vítima discutindo com o motorista que estava em um carro branco. Em determinado momento da briga, o autor foi para dentro do veículo e, instantes depois, atirou contra o Dyogenes, que caiu. Já com a vítima no chão, o atirador disparou outras vezes contra ele.