O número de traficantes presos no primeiro trimestre deste ano já é superior à quantidade de criminosos do tráfico de drogas que foi para a cadeia durante todo o ano passado.
Ou seja, neste ano, 15 traficantes vão para a cadeia por dia no Estado, enquanto no ano passado era um preso por cada oito horas – ou três por dia.
Segundo a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), de janeiro a março deste ano, 1.427 homens e mulheres deram entrada no sistema prisional com crimes relacionados ao tráfico de drogas.
Em todo o ano passado, 1.206 homens deram entrada no sistema prisional, sendo 1.111 homens e 95 mulheres envolvidos no tráfico.
O aumento do tráfico de drogas deixa as autoridades em alerta para o índice de homicídios, em que mais de 80% está ligado ao tráfico de drogas, de acordo com dados do painel de homicídios, da Secretaria Estadual de Segurança (Sesp).
De janeiro a março deste ano, somente Vila Velha registrou 52 homicídios. Enquanto no mesmo período do ano passado, o município teve 25 assassinatos – alta de 51,92% dos casos.
Já a região metropolitana registrou neste primeiro trimestre 133 casos de homicídios dolosos, enquanto no ano passado foram 134.
Membro efetivo da Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado no Estado da Assembleia Legislativa, o Delegado Danilo Bahiense ressaltou que, ao mesmo tempo que o número de prisões aumentou, há muitos casos de criminosos reincidentes.
Ainda de acordo com o deputado estadual, a cada 100 presos em um final de semana, 40 a 60 são soltos em seguida, durante audiência de custódia.
“No geral, a audiência de custódia é terrível, pois indivíduos de alta periculosidade encontram brechas para serem soltos. Isso causa desgaste na corporação que prende a mesma pessoa várias vezes. Além disso, temos aumento de homicídios onde, muitos, são adolescentes, entre 15 e 17 anos”.
Segundo a Sesp, o programa Estado Presente tem foco principal na redução de homicídios. Para evitar essas mortes, há um trabalho de combate às organizações criminosas que promovem disputas por território e causam assassinatos, principalmente de jovens com idades entre 15 e 24 anos.