Um adolescente de 16 anos morreu dentro de uma ambulância, após quatro horas à espera de atendimento na entrada do Hospital Infantil de Vila Velha. Ele teve três paradas cardíacas e, na última, não resistiu.
No local em que o jovem morreu, um pastor evangélico, primo da mãe do adolescente, gritava de revolta. Desde o início da madrugada deste sábado (30), ele acompanhava a luta dos paramédicos para conseguir uma vaga no hospital.
Após esperar quatro horas por atendimento, Kevinn Belo Tomé da Silva, de 16 anos, morreu dentro da ambulância, no pátio do Himaba. Ele chegou por volta de 0h30 e morreu às 4h30. A mãe estava preenchendo os documentos para que ele desse entrada, quando soube, pela paramédica responsável, da morte.
De acordo com familiares, foi somente após a morte do adolescente que funcionários do hospital foram até a ambulância para levar Kevinn para dentro. Mas o pastor os impediu, já que não havia mais nada a ser feito.
Kevin estava internado desde a noite da última quarta-feira (27), em um pronto atendimento de Cachoeiro de Itapemirim, onde morava com a mãe. Segundo a tia, ele sentia dores no peito e dificuldade para respirar. Por isso precisou ser transferido.
No Himaba, a família soube que a única vaga disponível na UTI estava reservada para outro paciente, que chegaria de São Mateus, no norte do estado. Uma paramédica chegou a procurar vaga em outro hospital.
O Samu chegou a ser acionado pela família e uma ambulância foi enviada ao Himaba, mas também não encontrou vaga em outra unidade. Já consciente, Kevin disse para a mãe que estava com medo do que poderia acontecer.
O corpo de Kevinn foi levado, pela ambulância que o trouxe de Cachoeiro, ao serviço de verificação de óbito do Hospital Infantil de Vitória. Lá, a família soube que será encaminhado ao Instituto Médico Legal da capital.
Na manhã deste sábado, a mãe e familiares de Kevin foram até a delegacia regional de Vitória para prestar queixa contra a conduta do hospital e cobrar respostas sobre a morte do garoto que tinha o sonho de ser jogador de futebol.
A Secretaria de Saúde do Estado foi procurada pela reportagem da Rede Vitória, mas não deu retorno até a publicação desta matéria