Achei que ia morrer’, diz adolescente grávida atacada por cães em Guarapari
Rafaela Gomes Loyola, adolescente grávida de 16 anos, atacada por três cães da raça pastor alemão no último dia 11 de setembro em uma rua de Guarapari, na Grande Vitória, falou pela primeira vez nesta quinta-feira (22) sobre o ataque.
A jovem ficou gravemente ferida com várias lacerações pelo corpo.
“Eu estava passando e eles estavam soltos na rua, me viram e vieram atrás de mim. Eu achei que eu ia morrer lá”, contou a adolescente.
Ainda internada no Hospital Estadual Jayme Santos Neves, na Serra, Grande Vitória, para onde foi transferida após receber os primeiros socorros na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Guarapari, a jovem disse que ainda não consegue mexer os braços, apenas os dedos, e vai passar por uma cirurgia nos próximos dias.
“Marcaram uma cirurgia para fazer no braço porque afetou o nervo. Não quero ver cachorro tão cedo, contou Rafaela.
Mais aliviada com a recuperação da filha, Maria Izaldina Gomes, contou que a cirurgia de Rafaela é na próxima terça-feira (27), mas a jovem ainda não tem previsão de alta.
“Os ferimentos estão cicatrizando, mas vai ficar feio o braço dela e as pernas ainda porque ela vai precisar fazer um enxerto. Agora estou mais aliviada. Quase morreram as duas pessoas, a mãe e o filho”, disse Maria.
Socorro no dia do ataque
No dia do ataque, Rafaela foi socorrida pela gari Arlete de Souza e o marido. O casal passava pelo local de carro e jogou o veículo contra os cachorros e socorreu a jovem.
“A gente estava vindo da igreja depois do culto. Quando estávamos passando por ali o meu esposo viu três cachorros e uma pessoa no chão. Ele falou ‘amor, estão atacando alguém ali’. Ele buzinando e jogando farol e eu batendo a porta do carro e pedindo ajuda pra quem passava também”, contou a gari.
Arlete contou ainda que a adolescente foi levada inicialmente para a Unidade de Pronto-Atendimento da cidade em estado grave.
“Eu achei que ela fosse morrer porque as minhas mãos e a minha roupa ficaram todas ensanguentadas. A camisa dela estava pingando sangue. Só agradecer a Deus. O médico da UPA falou ‘se vocês não passam na hora, essa menina não ia aguentar não”’, disse Arlete.
Na ocasião, o representante da Madeireira Jatobá, Wesley Bittencourt, disse ao g1 que para sair da madeireira, os animais, que estão no local há cerca de seis anos e ajudam na segurança da empresa, romperam uma cerca. Eles ficaram em observação por um período de 10 dias.
“A empresa tem sofrido várias tentativas de roubo e tem um galpão 100% fechado. Eles ficam ali, como se fosse um quintal. Conseguiram romper a grade e saíram infelizmente. Isso nunca tinha acontecido. Foi uma fatalidade”, disse.
A Polícia Civil informou nesta quinta-feira (23) que o caso é investigado pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança, ao Adolescente e ao Idoso (DPCAI) de Guarapari.
“As investigações que estão em andamento estão bem adiantadas, aguardando a alta médica da vítima para ouvi-la e ser encaminhada a exame de lesões”, informou a Polícia Civil.