Um homem de 61 anos foi preso pelo crime de homofobia após xingar um atendente da Caixa Econômica Federal, um jovem de 19 anos, na tarde desta segunda-feira (24), no Centro de Vila Velha, na Grande Vitória.
De acordo com o boletim da Polícia Militar (PM), o homem, identificado como, Júlio Cesar Bastos de Souza, não conseguiu usar o aplicativo do banco e buscou atendimento na agência da Avenida Champagnat por volta de 13h30.
O atendente disse aos policiais que o homem perguntou a ele sobre o Bolsa Família, programa do Governo Federal, mas antes que ele respondesse o cliente se dirigiu a outro funcionário dizendo ‘não tem ninguém pra me atender?’.
O outro funcionário disse que não poderia atendê-lo porque estava no setor de distribuição de senhas e também porque o cliente já estava sendo atendido.
O boletim da PM diz ainda que com a negativa do outro funcionário, Júlio Cesar teria dito ao caixa ‘eu não gosto de viado e não quero viadagem, seu viadinho’.
Levado para a delegacia, o homem disse aos policiais que o atendente não queria atendê-lo e estava de ‘viadagem com ele’, mas não sabia que ele era ‘homoafetivo’.
Júlio Cesar acrescentou ainda que deveria ter prioridade no atendimento porque era idoso.
Outros funcionários do banco também prestaram depoimento e confirmaram terem ouvido o cliente ofendendo o colega de trabalho com expressões homofóbicas.
Após ser levado para a Delegacia Regional de Vila Velha, o homem foi autuado em flagrante pelo crime de homofobia de acordo com o artigo 20 da Lei 7.716/89. Ele foi levado para o Centro de Triagem de Viana.
Na manhã desta terça-feira (25), enquanto passava por exames no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, antes de ser encaminhado ao sistema prisional, Júlio Cesar afirmou à TV Gazeta que não tem nenhum tipo de preconceito e negou ter xingado o atendente com falas homofóbicas.
“Essa expressão ‘viadagem’ não tem nada a ver com homofobia e nem com o adjetivo pejorativo viado ou homessexual, mas sim molecagem, babaquice. Nesse contexto, esse significado. Não sou homofóbico”, disse o homem.
O g1 não havia obtido contato do preso ou da defesa dele até a publicação desta reportagem.
A Caixa Econômica Federal foi procurada, mas ainda não se pronunciou sobre o caso.