Após 17 dias de internação, Rafaela Gomes Loyola, adolescente grávida de 16 anos, atacada por três cães da raça pastor alemão no último dia 11 de setembro em uma rua de Guarapari, na Grande Vitória, recebeu alta médica e vai voltar para casa nesta quinta-feira (29).
Após o ataque, a jovem ficou gravemente ferida com várias lacerações pelo corpo, foi socorrida por um casal e depois levada para Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Guarapari e depois transferida para o Hospital estadual Jayme Santos Neves, na Serra.
“Graças a Deus ela está se sentindo bem e a gente vai pra casa hoje”, informou a mãe da jovem, Maria Izaldina Gomes, mãe da adolescente.
Em entrevista ao g1, Rafaela disse que se sente aliviada e não vê a hora de voltar para casa.
“Foi um livramento. Se não fosse o casal não sei. Estou feliz. Quero sair daqui e ir embora logo”, disse a jovem.
A adolescente passou por uma cirurgia no braço direito, na última terça-feira (27). Maria Izaldina disse que correu tudo bem durante o procedimento e a filha já começa a recuperar os movimentos do braço.
No início da tarde as duas aguardavam o carro disponibilizado pela madeireira, dona dos cães que atacaram a jovem, que tem prestado toda a assistência à família desde o ataque.
Rafaela vai retornar ao hospital dentro de 15 dias para uma avaliação com um ortopedista.
Socorro no dia do ataque
No dia do ataque, Rafaela foi socorrida pela gari Arlete de Souza e o marido. O casal passava pelo local de carro e jogou o veículo contra os cachorros e socorreu a jovem.
“A gente estava vindo da igreja depois do culto. Quando estávamos passando por ali o meu esposo viu três cachorros e uma pessoa no chão. Ele falou ‘amor, estão atacando alguém ali’. Ele buzinando e jogando farol e eu batendo a porta do carro e pedindo ajuda pra quem passava também”, contou a gari.
Arlete contou ainda que a adolescente foi levada inicialmente para a Unidade de Pronto-Atendimento da cidade em estado grave.
“Eu achei que ela fosse morrer porque as minhas mãos e a minha roupa ficaram todas ensanguentadas. A camisa dela estava pingando sangue. Só agradecer a Deus. O médico da UPA falou ‘se vocês não passam na hora, essa menina não ia aguentar não”’, disse Arlete.
Cães que atacaram adolescente romperam cerca de madeireira
Na ocasião, o representante da Madeireira Jatobá, Wesley Bittencourt, disse ao g1 que para sair da madeireira, os animais, que estão no local há cerca de seis anos e ajudam na segurança da empresa, romperam uma cerca. Eles ficaram em observação por um período de 10 dias.
Madeireira de onde fugiram cães que atacaram adolescente em rua de Guarapari, ES — Foto: Reprodução/TV Gazeta
“A empresa tem sofrido várias tentativas de roubo e tem um galpão 100% fechado. Eles ficam ali, como se fosse um quintal. Conseguiram romper a grade e saíram infelizmente. Isso nunca tinha acontecido. Foi uma fatalidade”, disse.
O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança, ao Adolescente e ao Idoso (DPCAI) de Guarapari.