Com ordem de serviço assinada desde agosto de 2019 e previsão de conclusão em nove meses, a nova orla de Piúma ainda não está pronta. Por conta de atrasos na execução do projeto, sócio e engenheiro da empreiteira vencedora da licitação prestaram depoimentos à CPI das Obras Públicas e Privadas, na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, na manhã desta segunda-feira (17), e esclareceram algumas dificuldades que fizeram atrasar o calendário, mas prometeram conclusão dos trabalhos em até cinco meses.
“Há uma grande frustração nossa e da população de Piúma que nos cobra o andamento dessa obra que conseguimos os recursos e ainda que vê o mar avançando e criando um problema enorme, principalmente nesse período, já que a economia da cidade é dependente do turismo que se gira ao redor da praia”, comentou o presidente da CPI, o deputado estadual Marcelo Santos.
O parlamentar explicou que o objetivo da Comissão não é simplesmente punir. “Nosso objetivo é buscar soluções e diálogo para que a obra seja finalizada, já que os recursos do governo do Estado já estão no cofre da prefeitura e que a população tenha uma nova orla bonita e atrativa, fazendo com que Piúma atraia cada vez mais turistas nos períodos de temporada”, complementou.
O sócio da Mississipi Empreendimentos, Iraguara da Silva Pereira, disse, em depoimento, que enfrentou algumas dificuldades operacionais no início da empreitada, com um solo mais rígido do que o previsto, nível do lençol freático elevado e houve um atraso na obtenção das licenças ambientais e de utilização do espaço através da Capitania dos Portos e Secretaria de Patrimônio da União (SPU).
Já o engenheiro responsável pela obra, Pedro Henrique Bento Gonçalves explicou que o principal empecilho foi a grande dificuldade na escavação e estaqueamento devido à rigidez das rochas encontradas no solo de Piúma e à altura do lençol freático. “Se continuar nessas condições e, se o solo colaborar, podemos acelerar o trabalho e, provavelmente, em cinco meses será possível entregar a nova orla para a população”, afirmou Gonçalves.
Marcelo Santos disse que, ainda hoje, representantes da empreiteira e o secretário de governo da prefeitura, Dionatan Cordeiro, irão se reunir para elaborar um novo cronograma de trabalho diante da nova promessa.
Obra
A obra é fruto de convênio assinado entre Governo do Estado, através da Secretaria Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb), e a Prefeitura Municipal de Piúma, com ordem de serviço assinada em 10 de agosto de 2019, com previsão de conclusão em nove meses.
O valor inicial era de R$ 4.619.334,90, mas o montante caiu para R$ 3.501.070,42 após a conclusão do processo de licitação para obra.
Estão sendo executados 780 metros de muro de contenção, 1.960 metros de meio fio de concreto, calçadão com rampas de acessibilidade, ciclovia, 3 decks de madeira, 37 postes com luminárias e 1.177,16 metros quadrados de recuperação da via em asfalto.
A empresa responsável pelo empreendimento chegou a ser notificada pela prefeitura de Piúma e multada em R$ 120 mil após a constatação de que a obra está atrasada em 45 dias.