Inundação à prova de sol: dez dias após temporal, casas continuam debaixo d’água em Guarapari
Mesmo com o sol brilhando forte e dias sem chuva, 56 famílias da região Village do Sol, em Guarapari, não têm ideia de quando poderão voltar para casa. O bairro continua alagado após o temporal de 1º de março. Os moradores conseguem ter acesso às próprias casas apenas de barco.
O tamanho da área alagada surpreendeu até Ricardo de Lima Guariento, presidente em exercício do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), que foi ao local tentar entender o problema e apontar uma solução, mas o trabalho na região não é simples.
“Houve algum fato gerador do ocorrido, uma vez que isso não acontecia. Nós estamos entendendo que algum fato externo está ocasionando esse problema. Precisa ser constatado e analisado isso para poder dar uma solução. Agora a gente não sabe, eu fiquei assustado com o que eu estou vendo aqui, pela vastidão. Isso é um mar. A gente pode ver e constatar que realmente há uma inundação severa”, disse.
Os moradores culpam uma obra feita há sete anos na rodovia estadual que corta o bairro. No local passa o Rio Una, mas, segundo o líder comunitário Luiz Carlos Rodrigues, as quatro manilhas não dão conta de escoar a água e o sistema virou uma represa. “Para diminuir muito o sofrimento aqui da comunidade, tem que fazer a drenagem do rio e fazer a ponte que já foi prometida”, disse.
Segundo o secretário de Obras da Prefeitura de Guarapari, Ygor Cred-Dio, aumentar a vazão da água ajudaria a comunidade, mas poderia alagar as casas de outras famílias ribeirinhas.
“Nós abriríamos aquela travessia de manilha e acarretaríamos uma sobrecarga de água o Rio Una que não comporta, porque ali também tem casas construídas às margens. Então a gente iria resolver um problema e resolvendo outro. A gente tem trabalhado em conjunto com a assessoria de Assistência Social para não deixar as famílias desamparadas no local e estamos deixando a água escoar”, afirmou.
O secretário prevê mais 15 dias para o fim da cheia. Enquanto isso, o barco continua sendo o meio de transporte, e a população segue longe de casa.
De acordo com Breila Mardegan, secretária de Assistência Social, a prefeitura já levou cestas básicas e roupas para as famílias atingidas.
Sobre a obra na ponte, por meio de nota o Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) disse que disponibilizou o material para o revestimento da via e que a execução ficou a cargo da prefeitura.
* Com informações da jornalista Andressa Missio, da TV Vitória Record TV
Fonte: Folha Vitória