Teste para detectar a Covid-19 (Foto: Freepik)
Professores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) desenvolvem um teste ultrarrápido para detectar o coronavírus em até dois minutos. O projeto já está em fase de implementação e deve ser concluído em, no máximo, quatro semanas.
Funciona assim: os professores inserem informações em um aparelho de espectroscopia de infravermelho e a máquina “aprende” a reconhecer testes positivos e negativos para Covid-19.
As coletas são feitas em pacientes do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), do Vila Velha Hospital e do Roberto Arnizaut Silvares (São Mateus), através do método swab (haste com algodão), para análise da saliva.
“Há três semanas, iniciamos as coletas. A ideia é inserir, pelo menos, 500 amostras positivas para Covid-19 e 500 negativas para ‘ensinar’ o aparelho a reconhecer as características do vírus”, explicou o coordenador do projeto, Valério Barauna, professor do Departamento de Ciências Fisiológicas da Ufes.
“A partir daí, por meio de um programa de computador, a leitura vai ser automática, como a de uma impressão digital”, completou.
O professor informou que os testes devem ser comercializados para entidades públicas e privadas, e vão custar entre R$ 50 e R$ 75. Outros exames feitos em laboratório para detectar o vírus custam a partir de R$ 180.
Amostras dos hospitais Dório Silva e Jayme Santos Neves, na Serra, e de hospitais de Minas Gerais e da Bahia também serão incluídas na pesquisa. “Queremos reunir o máximo de amostras possível, pois se trata de um vírus mutante, que se comporta de maneira diferente em determinadas regiões. Também temos amostras coletadas na Inglaterra”, ressaltou.
Eficácia
O índice de eficácia de detecção do coronavírus é de 87% na fase inicial do projeto. Ao longo da inserção de informações, esse índice pode aumentar ou diminuir, disse.
“É uma ferramenta que vai fazer uma triagem. Não vai eliminar a necessidade de fazer o teste do tipo PCR (pela secreção nasal ou da garganta), em alguns casos, mas vai reduzir a demanda por esse tipo de teste”, afirmou o professor.
A pesquisa acontece em parceria com outras universidades brasileiras e com a empresa Biocel Analytics, da Inglaterra.
Fonte: Jornal A Tribuna