Entenda o motivo da falta da 2ª dose da vacina

Entenda o motivo da falta da 2ª dose da vacina

Nas postagens referentes à vacinação contra a covid-19 nas redes sociais das prefeituras de Vitória, Vila Velha e Guarapari, muitos comentários são de pessoas se queixando sobre a demora na disponibilidade de vagas para a segunda etapa da imunização. A maior parte das reclamações é composta por familiares de idosos com 65 anos ou mais.

O momento que deveria ser de esperança, com a imunização contra a doença, tem causado dor de cabeça para moradores destes municípios. Isso porque a segunda dose da vacina Coronavac, que deveria ser aplicada em um prazo de 28 a 30 dias após a primeira, ainda não está disponível para aplicação.

Durante coletiva de imprensa, na manhã de sexta-feira (23), o secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, chegou a declarar que o prazo entre a primeira e a segunda dose de aplicação da Coronavac pode ser ampliado. Segundo ele, já há uma discussão entre a Anvisa, o Butantan e o Ministério da Saúde para estudar a possibilidade.

Foi porque Estado orientou usar a segunda dose para antecipar a vacinação?

Não. O Estado sempre orientou o uso da D1 e a reserva da D2 em todos os lotes que vieram com esta definição do Ministério da Saúde (MS). No entanto, nas remessas 8/9/10 o MS orientou usar amplamente D1.

Usaram as doses para vacinar professores e forças de segurança?

Não. As doses destinadas aos professores/forças de segurança são majoritariamente da Astrazeneca, representando uso de parte da reserva técnica da mesma. Professores começarão de fato somente na próxima semana.

Somente está faltando doses da Coronavac no Espírito Santo e a culpa é dos gestores municipais?

Não. Está faltando em todo Brasil. Os gestores municipais capixabas estão executando a vacinação com grande desempenho e celeridade, faltam vacinas para completar o esquema. Em alguns Estados, gestores estaduais e municipais decidiram aplicar todo estoque de D2 para D1, não foi o caso do Espírito Santo, seguimos com disciplina a orientação do MS.

Vou perder o efeito da vacina pelo atraso do 28D?

A vacina é um imunizante poderoso, após aplicada não é um produto que se decompõe pela validade de dias. Até o presente momento a ampla maioria dos estudos reforçou vantagens na ampliação do prazo de aplicação entre doses.

Posso tomar a segunda dose de outra vacina?

EM HIPÓTESE ALGUMA, NÃO! Não existem estudos de segurança e eficácia disponíveis para subsidiar o cruzamento de doses de fabricantes distintos.

O que dizem os especialistas?

Dizem de tudo. “Os especialistas” são um grande grupo e bem plural. No PNI nunca contra-indicamos abandono de esquema por atraso na aplicação da doses da ampla maioria das vacinas. Marca de seleção branca espessa. Atenção: Não existe intervalo máximo entre as doses. Na imensa maioria das vezes não há prejuízo na produção de anticorpos com a ampliação breve do período entre doses. Com uma dose já há uma grande proteção contra infecção, casos moderados/graves e óbitos.

A culpa é de quem antecipou a 2ª dose?

Não tem culpados. A bula e as normas do PNI recomendam aplicação da D2 entre 14-28, pacientes com frequência reinvidicaram receber a vacina logo após 14 dias. Sempre orientamos aplicar com 28D, no entanto os próprios pacientes reinvidicavam.

Houve problema na produção do Butantan?

Sim. Existia estabilidade na produção da CORONAVAC, o MS e o Butanta decidiram por orientar aplicação de D1 baseado nela, Estados e Municípios cumpriram a orientação. Mantida a estabilidade não teríamos atrasos.

É motivo para desespero?

Não. Os insumos já chegaram no Butantan e até a primeira quinzena de maio serão fornecidas progressivamente todas as doses necessárias para aplicação da D2. O calendário será atualizado e seguiremos avançando na luta contra a COVID-19.

*As perguntas e respostas foram copiadas na íntegra das redes sociais do secretário de Saúde Nésio Fernandes