Deputados podem abrir CPI para investigar Casagrande

Deputados podem abrir CPI para investigar Casagrande

Um acordo de cavalheiros poderá ser quebrado a qualquer momento entre os poderes Legislativo e Executivo do Espírito Santo. Mesmo em grupos contrários e adversários, o governador Renato Casagrande (PSB) e o presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos) teriam um compromisso que foi assumido na época que o deputado precisava do apoio do Palácio para ser eleito para terceiro mandato de presidente.

Em suma, o pacto visa não atrapalhar a governabilidade de Casagrande, que é o que Erick tem cumprido. Todos os projetos do Executivo são votados – e aprovados – com certa celeridade. Mas a abertura de uma CPI atrapalharia muito. Contudo, é o que querem deputados como Tourino Marques (PSL) e Theodorico Ferraço (DEM). O primeiro tem reunião na presidência sobre o protocolo para a abertura de uma comissão investigativa ainda esta semana.

Além de arranhar a imagem de Renato Casagrande, que tem a meta de concluir o mandato em boas condições – dentro do possível, haja vista a pandemia do novo coronavírus e os efeitos econômicos e políticos, para além da saúde -, o desgaste pode prejudicar os planos políticos em 2022.

A partir de deflagração de operação Volátil da Polícia Federal sobre compra superfaturada de álcool em gel por parte da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), os parlamentares avaliam que a Ales não pode somente assistir. O chefe da Casa Civil, Davi Diniz, informou que desconhece qualquer protocolo de CPI. Já fontes palacianas acreditam que Erick Musso não descumprirá o acordo de cavalheiro.

PTB faz frente de oposição

Se o Legislativo estadual não avançar com a criação da CPI, o PTB, partido em campo ideológico oposto ao do governador Renato Casagrande (PSB), pediu à Assembleia que investigue o governador. E, ainda, quer a inclusão do chefe do Executivo estadual na relação de governadores a serem ouvidos pela CPI da Pandemia no Senado Federal.

Em carta aberta divulgada nesta segunda-feira (7), o partido de Roberto Jeferson pediu que, acerca da Operação Volátil, abertura de um processo de investigação no Legislativo estadual.

As suspeitas, segundo a PF, são de fraude e superfaturamento, envolvendo o uso da verba federal destinada ao combate da Covid-19. Os documentos apontaram irregularidades na compra de álcool em gel pela SESA, com dispensa de licitação, nos meses de março e abril de 2020. Durante a investigação, constatou-se que os empresários envolvidos movimentaram os recursos recebidos para outras empresas de um grupo criminoso que também é investigado no Rio de Janeiro, em uma operação conjunta entre Polícia Federal e Ministério Público. São investigados os crimes de formação de organização criminosa, fraude a licitações e lavagem de capitais.

“O PTB Espírito Santo zela pela integridade dos recursos no combate a uma doença que já tirou a vida de mais de 470 mil brasileiros e quase 11 mil capixabas, e defende que toda suspeita deve ser criteriosamente investigada. Cada centavo gasto de maneira inapropriada reduzem as chances de salvarmos vidas”, diz a carta.

Fonte: ES Hoje