Professor que amarrou aluno em cadeira sofre de depressão e está arrependido, diz advogado

Professor que amarrou aluno em cadeira sofre de depressão e está arrependido, diz advogado

O advogado de defesa do professor da rede pública de Vitória, que amarrou o pé de um aluno de 12 anosem uma cadeira na sala de aula, diz que o educador sofre de depressão e que se arrependeu da atitude. 

“Ele reconhece que é uma atitude infeliz, que poderia ter tomado outra atitude, conversado com o aluno ou encaminhado ele para a direção. Mas ele entendeu que o aluno teria a ficha manchada e não queria isso”, justificou o advogado Ugo Fleming, que acrescentou que o professor está em tratamento e tomando medicações. about:blank

“Ele está em caso de depressão profunda. Ele não consegue chegar na segunda frase sem chorar. Até para fazer atendimento com ele é difícil. Não consegue sair da cama.”

O professor, que ensina Ciências, tem quase 25 anos de magistério, 14 deles na Prefeitura de Vitória. Segundo o advogado, ele não tem processo administrativo no histórico.

“Ele é professor acolhedor. Tem um trabalho diferenciado com os alunos, ele senta do lado e conversa, passa a matéria e procura entender o contexto econômico e psicossocial do aluno”, defende o advogado.

Professor pediu afastamento, mas pedido foi negado

Segundo o advogado, o professor está passando por um momento delicado em casa e estava abalado psicologicamente. 

“Já tinha passado por três mortes na família durante este tempo na prefeitura. Agora o irmão com Síndrome Down, que estava há três meses no hospital, agora está em casa”, reforçou.

Por duas vezes, neste ano, o professor solicitou afastamento das atividades presenciais, mas os pedidos foram negados pela prefeitura, segundo o advogado. 

“Ele já teve uma depressão em 2010, e essa situação toda fez voltar a depressão. Ele solicitou o afastamento na prefeitura no início do ano, mas negaram”, disse o advogado.

A secretária de Educação da Capital, Juliana Rohsner, confirmou o pedido, porém esclareceu que após análise do laudo, a solicitação não foi deferida.

“O servidor apresentou durante dois momentos um laudo de hipertensão arterial e teve o laudo negado, pois não estava dentro da portaria número 050 da Secretaria Estadual da Saúde, a qual utilizamos como parâmetro nas definições para afastamento de trabalho remoto”, destacou.