Sino de Guarapari: advogado nega que haja processo contra padre

Sino de Guarapari: advogado nega que haja processo contra padre

A polêmica do sino de uma igreja de Guarapari continua. O advogado do morador do município, que foi apontado pelo padre como autor de um processo por causa do barulho do sino da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição disse que o cliente dele, que não foi identificado, não abriu nenhum processo contra o padre ou a igreja. 

No final da missa do último domingo (14), o padre Diego Carvalho fez um longo desabafo.  O pároco disse que é processado por um vizinho da igreja, que fica no Centro da cidade, que se incomodou com o som dos sinos.

Os sinos tocam cinco vezes ao dia: às 6h, 9h, 12h, 15h e às 18h. Segundo o sacerdote, os horários marcam as chamadas horas canônicas e a duração do toque é de um minuto. O padre disse não entender o motivo da reclamação já que se trata de uma atividade tradicional religiosa e acatada pelos católicos.

Após o desabafo do padre durante a missa, fiéis da igreja católica e até mesmo de outras religiões iniciaram uma campanha nas redes sociais em defesa do badalar dos sinos da paróquia e da liberdade religiosa. 

No entanto, segundo o advogado Gabriel Merigueti, não há nenhuma ação penal ou jurídica contra o padre ou a instituição. Em nota, o advogado explicou que em nenhum momento foi solicitado que o sino fosse impedido de tocar ou que a igreja fosse impedida de exercer suas tradições.

De acordo com Merigueti, em agosto, o morador de Guarapari teria acionado o Dique-Silêncio da prefeitura em razão de um possível descumprimento da legislação no que se refere ao badalar dos sinos da paróquia.

“O cidadão, apenas, gostaria que o órgão competente da prefeitura averiguasse se o badalar estaria ou não de acordo com a lei, mais especificamente o badalar às 6h, inclusive domingos e feriados e seu volume e duração”, explicou.

O advogado disse que, como não teve retorno da prefeitura, o morador teria relatado a situação ao Ministério Público Estadual.

“Em contato com o Ministério Público, fomos informados que este órgão não gerou processo algum, ação jurídica alguma, tampouco, intimou ou notificou o padre ou a igreja. O Ministério Público apenas pediu informações à prefeitura acerca do chamado do cidadão e solicitou informações, tais como, horários, dias, volume do badalar”.

Ainda segundo o advogado, o Ministério Público teria informado que a prefeitura não enviou qualquer intimação ou notificação por escrito e que teria apenas entrado em contato telefônico junto à paróquia em busca das informações.

“Em razão de todo ocorrido, infelizmente, o morador tem sido alvo de constantes investidas de tom ameaçador, calunioso, difamatório. O que, em momento, algum se pode aceitar”, defendeu. 

Durante a tarde desta quinta-feira (18), católicos, evangélicos e espíritas se reuniram em frente a igreja para a celebração de uma missão. Durante a oração da Ave Maria, os sinos da igreja tocaram.