Madrasta é suspeita de envenenar enteado
Uma madrasta é suspeita de tentar matar por envenenamento o enteado de 16 anos, em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, além de ser investigada por matar a irmã do adolescente também por envenenamento, há 2 meses.
A madrasta foi presa nesta sexta-feira (20) acusada de homicídio qualificado contra outra enteada há dois meses, e pela tentativa de homicídio contra o jovem de 16 anos.
De acordo com investigações da 33ª DP (Realengo), o estudante de 16 anos deu entrada na tarde de 15 de março no Hospital Municipal Albert Schweitzer, no mesmo bairro, com tonteira, língua enrolada, babando e com coloração da pele branca.
Os sintomas apareceram após comer um prato de feijão feito e servido pela mulher que mantinha um relacionamento conjugal com seu pai.
Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, irmã do adolescente, também estava presente no almoço, sentiu os mesmos sintomas e morreu na mesma unidade de saúde, 12 dias após ser internada. Inicialmente, o caso foi tido como causa natural, mas agora o suposto homicídio da jovem está sendo apurado em outro inquérito da delegacia.
Segundo os depoimentos prestados na delegacia, durante o almoço, em que foram servidos ainda arroz, bife e batata frita, estavam presentes, o casal, os dois jovens envenenados, uma filha de outro casamento do pai dos jovens, dois filhos e uma neta da suspeita.
Na ocasião, o adolescente reclamou que o feijão estava com gosto amargo e o colocou no canto do prato. A madrasta então levou o prato de volta a cozinha e colocou mais comida.
Após a refeição, o estudante foi deixado na casa da mãe, Jane Carvalho Cabral, que minutos depois ligou para o ex-marido contando dos sintomas apresentados pelo filho. Levado ao hospital, o jovem foi submetido a uma lavagem gástrica e teve a intoxicação exógena diagnosticada pela equipe médica. Ele continua internado.
Redação Notíciassáb., 21 de maio de 2022 9:12 PM
Uma madrasta é suspeita de tentar matar por envenenamento o enteado de 16 anos, em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, além de ser investigada por matar a irmã do adolescente também por envenenamento, há 2 meses.
A madrasta foi presa nesta sexta-feira (20) acusada de homicídio qualificado contra outra enteada há dois meses, e pela tentativa de homicídio contra o jovem de 16 anos.
De acordo com investigações da 33ª DP (Realengo), o estudante de 16 anos deu entrada na tarde de 15 de março no Hospital Municipal Albert Schweitzer, no mesmo bairro, com tonteira, língua enrolada, babando e com coloração da pele branca.
Os sintomas apareceram após comer um prato de feijão feito e servido pela mulher que mantinha um relacionamento conjugal com seu pai.
Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, irmã do adolescente, também estava presente no almoço, sentiu os mesmos sintomas e morreu na mesma unidade de saúde, 12 dias após ser internada. Inicialmente, o caso foi tido como causa natural, mas agora o suposto homicídio da jovem está sendo apurado em outro inquérito da delegacia.
Segundo os depoimentos prestados na delegacia, durante o almoço, em que foram servidos ainda arroz, bife e batata frita, estavam presentes, o casal, os dois jovens envenenados, uma filha de outro casamento do pai dos jovens, dois filhos e uma neta da suspeita.
Na ocasião, o adolescente reclamou que o feijão estava com gosto amargo e o colocou no canto do prato. A madrasta então levou o prato de volta a cozinha e colocou mais comida.
Após a refeição, o estudante foi deixado na casa da mãe, Jane Carvalho Cabral, que minutos depois ligou para o ex-marido contando dos sintomas apresentados pelo filho. Levado ao hospital, o jovem foi submetido a uma lavagem gástrica e teve a intoxicação exógena diagnosticada pela equipe médica. Ele continua internado.
À mãe, o estudante relatou ter passado mal justamente após ingerir “umas pedrinhas azuis que estavam no feijão” e contou que, ao servir seu prato, a madrasta teria apagado a luz da cozinha “como se estivesse escondendo algo”.
Madrasta ‘ficou rindo’ ao servir mais feijão envenenado, diz filha
Uma filha da mulher contou à 33ª DP (Realengo), que investiga o caso, que a mãe “ficou rindo” enquanto colocava mais feijão no prato do estudante.
De acordo com o depoimento de outro filho de Cíntia, que também estava no local, ela admitiu que foi justamente nesse alimento que colocou “chumbinho”, com o intuito de matar o rapaz.
A filha de Cíntia afirmou aos agentes que o jovem chegou a estranhar o sabor da refeição, como se estivesse “comendo com nojo”.
A jovem relatou que viu no prato do enteado da mãe “um liquido esverdeado escuro e brilhoso”, mas que “na hora não viu relevância nenhuma por acreditar ser tempero da comida”.
Ao ser perguntada pelos policiais sobre a reação da mãe ao perceber que o enteado estava “separando a comida”, ela respondeu que “todos ficaram zoando”. E que Cíntia, em seguida, “colocou mais feijão no prato” do rapaz. Ela também informou que ninguém além do jovem teve qualquer desconforto depois do almoço.
Filha da suspeita tentou pegar comida no prato de enteado e foi repreendida
Um dos filhos de Cíntia afirmou que a mãe brigou com uma de suas irmãs por tentar pegar a comida do prato de Bruno.
De acordo com o relato, foi Cíntia que preparou a comida, mas não se sentou à mesa durante o almoço daquele domingo 15 de maio.
A madrasta foi presa nesta sexta-feira acusada de homicídio qualificado, contra outra enteada há dois meses, e pela tentativa de homicídio contra o jovem de 16 anos.
“Cíntia em nenhum momento se sentou na mesa, tendo ficado o tempo todo na cozinha preparando a comida. Todos se serviram, tendo Cíntia apenas já preparado o prato de Bruno (enteado) com bife e batata separados. Carla (filha) pegou a comida de Bruno e Cíntia “brigou” pedindo para ela parar de pegar”, detalhou.
Enteada morreu após 12 dias internada com os mesmos sintomas
Fernanda, também filha de Jane e enteada de Cíntia, apresentou sintomas idênticos após a refeição. A jovem, porém, não teve a mesma sorte do irmão, e acabou morrendo após passar quase duas semanas internada no mesmo hospital.
Inicialmente, o óbito foi tratado como tendo ocorrido por causas naturais. O episódio semelhante recente, contudo, despertou suspeitas, e Cíntia é tratada como suspeita de homicídio, além da tentativa de assassinato contra o enteado.
Pai estranhou que filho teve os mesmos sintomas que a filha 2 meses antes
Adeilson Cabral, pai dos jovens, afirmou à polícia ter sido a esposa que serviu o prato de Bruno, seu filho de 16 anos internado por intoxicação. Ele também revelou aos investigadores que estranhou o fato do jovem ter os mesmos sintomas que sua filha apresentou 2 meses antes.
“Todos estavam almoçando na mesa quando Bruno reclamou do gosto do feijão dizendo que estava meio amargo e começou a separar o feijão no canto do prato, foi quando Cintia puxou o prato de Bruno e levou para cozinha. Ela retornou com o prato de dizendo que havia colocado mais e ele voltou a comer. O declarante (Adeilson) achou estranho que Cintia tirou o prato de Bruno por duas vezes e achou muito estranho porque Bruno teve os mesmos sintomas que Fernanda”, contou o pai em depoimento.
Madrasta conheceu o enteado há 12 anos em transporte escolar, e com os pais dele ainda casados
Casada há cerca de seis anos, Cíntia conviveu com o jovem por mais de uma década, desde antes do início do relacionamento com o pai dele.
Segundo mãe do estudante, Cíntia trabalhava com transporte escolar e foi contratada por ela quando o filho estava com apenas 4 anos — hoje, ele tem 16. À época, os pais da criança ainda estavam juntos. Tempos depois, passada a separação, Cíntia e o pai do agora adolescente começaram a se relacionar.
“É duro pensar que, de certa forma, fui eu que coloquei essa monstra na nossa família. Ela entrou na minha vida porque eu contratei”, lamenta Jane.
Mais cedo, em um vídeo de quase meia hora postado no Instagram, Jane falou sobre a luta por justiça pelos filhos:
“Hoje não tem lágrima nos olhos. Hoje tem sangue nos olhos. Por gana. Por justiça. Por vitória. Pela minha família”.
Ela narrou que o fato de os dois jovens terem apresentados exatamente os mesmos sintomas “após uma refeição na casa da madrasta e do pai” gerou a desconfiança de que Fernanda, cuja morte até então era tratada como natural, também poderia ter sido envenenada.
“Graças a Deus eu consegui salvar o meu filho. E ele veio para provar, para derrubar essa máscara. Pra fazer justiça por ele e pela irmã dele”, diz Jane na gravação. “Não se chama (pessoas assim) de ser humano. Isso se chama de monstro”, completa a mulher no vídeo.
“Minha filha sempre morou comigo, mas minha casa estava em obras e, como ela passou a trabalhar com o pai, acabou se mudando pra lá. Eu acho que isso tudo aflorou os ciúmes dessa mulher”, afirmou Jane.
Madrasta postava imagens da família com declarações de amor
Cíntia costumava fazer homenagens e declarações de amor à família em publicações nas redes sociais.
Antes de morrer, em março, Fernanda passou cerca de duas semanas internada. Nesse período, Cíntia fez em suas redes várias publicações em que dizia torcer pela recuperação da enteada, com orações e fotos da família reunida.
“Todos familiares amigos a sua espera Força NANA todos por você sempre (sic)”, escreveu Cíntia em um dos posts, ao som de uma oração falada. Três dias antes de Fernanda morrer, Cíntia fez uma publicação que dizia que a enteada não era fraca e ia se recuperar.
A jovem morreu em 27 de março. Dois dias depois, Cíntia postou uma última foto de Fernanda com a música “Estrelinha”, de Di Paullo & Paulino com participação de Marília Mendonça: “Quando bater a saudade/ Olhe aqui pra cima/ Sabe lá no céu, aquela estrelinha/ Que eu muitas vezes mostrei pra você?/ Hoje é minha morada, a minha casinha”.
Cíntia costumava postar imagens e vídeos sobretudo com o marido, embalados por músicas românticas e com recados de amor.
Filho de Cíntia diz que mãe confessou os envenenamentos
Ouvido pelos investigadores, um dos filhos de Cíntia disse que a mãe admitiu ter envenenado seus enteados e alegou “que fez isso tudo por amor” ao marido.
A informação consta no segundo depoimento da testemunha aos agentes, prestado horas antes da prisão de Cíntia. Ele contou que na noite anterior havia buscado a mãe no hospital, já que ela teria passado mal.
Depois que os dois chegaram em casa, o rapaz conta que teve “uma conversa com sua mãe, onde a mesma confessou tudo o que havia feito”, conforme consta no termo de declaração. No diálogo, Cíntia também confirmou ao filho ter envenenado Fernanda.
“Cíntia afirmou que fez a mesma coisa com Fernanda, colocando chumbinho na comida dela”, disse o rapaz ao depor. De acordo com o relato dele, a mulher alegou “que fez isso tudo por amor” ao companheiro, pai das vítimas. A Polícia Civil acredita que os crimes podem ter sido cometidos por ciúmes.
A madrasta dos dois jovens não contou ao filho “onde adquiriu o veneno conhecido como ‘chumbinho'” e nem revelou “se teve ajuda de alguém”.
O filho de Cíntia afirmou aos agentes que o adolescente chegou a estranhar o gosto da comida, que estaria muito amargo, e passou a separar o feijão enquanto almoçava. “Foi nesse momento que Cíntia pegou o prato dele e colocou mais feijão para disfarçar as bolinhas de chumbinho e o gosto ruim da comida que ela havia colocado”, diz o depoimento.
No primeiro depoimento, prestado antes de ter ouvido a confissão da mãe, o filho de Cíntia já havia afirmado que “não tem um bom relacionamento” com ela, assim como um dos dois irmãos. Ele contou que o jovem de 16 anos envenenado chegou a morar por um período com a madrasta e o pai, mas voltou para a casa da mãe porque também tinha uma relação problemática com Cíntia.
O rapaz afirmou ainda acreditar que a mãe é “uma pessoa muito fria, que manipula os outros”, e que ela é “muito possessiva e ciumenta” com o marido. De acordo com o depoimento, o pai do estudante e de Fernanda brigou com a companheira e saiu de casa no dia seguinte ao almoço que levou o filho a passar mal.
O que as investigações apontam?
Uma das hipóteses investigadas pela Polícia Civil é de que a mulher tenha premeditado matar os enteados por ciúmes do companheiro.
Na casa da família, os agentes apreenderam, na cozinha, um frasco contendo veneno anti-pulgas. Também foram recolhidos, na lata de lixo, restos do feijão contaminado que teria sido servido por Cíntia ao enteado.
Aos policiais, Cíntia disse que as tais “pedrinhas” eram um tempero de bacon que não havia dissolvido na comida.
Defesa de madrasta considera prisão ‘extremamente precipitada’
A defesa de Cíntia Mariano Dias Cabral, acusada de envenenar a comida do enteado, afirma que considera a prisão da mulher “extremamente precipitada”. Presa deste sexta-feira, Cíntia deve passar pela audiência de custódia neste domingo.
“Estamos aguardando a audiência de custódia, para tomar as medidas legais cabíveis a respeito de sua liberdade, uma vez que entendemos que sua prisão foi extremamente precipitada”, afirmam os advogados Carlos Augusto e Raphael Souza, responsáveis pela defesa da mulher ao EXTRA.
com informações do Extra