Sêmen e sangue são encontrados em roupa de menino de 2 anos morto após estupro e tortura no ES

Sêmen e sangue são encontrados em roupa de menino de 2 anos morto após estupro e tortura no ES

Em mais um episódio da investigação do caso do menino Jorge Teixeira da Silva Neto, de dois anos, morto com sinais de estupro e tortura em Vila Velha, na Grande Vitória, a Polícia Civil encontrou vestígios de sêmen e sangue nas roupas da criança.

Desde a última quarta-feira (6) Maycon Cruz, de 35 anos, e Jeorgia Karolina Teixeira da Silva, de 31, pais do garoto, estão presos suspeitos de serem os autores do crime. Eles negam as acusações.

De acordo com o delegado titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, Alan Moreno, ainda não é possível dizer a quem pertencem o sangue e o sêmen encontrados. Por isso, o pai de Jorge, Maycon Cruz, de 35, deve realizar nesta quinta-feira (14) exames de comparação genética.

“No exame que foi realizado pelo laboratório de biologia forense da Polícia Civil, foram encontrados em roupas que estavam na residência do casal sangue humano, sêmen e em outras peças também foram encontrados espermatozóides. Em uma peça infantil, foi encontrado sangue humano, e uma das substâncias que compõem o sêmen. Ainda não sabemos a quem pertence o material [biológico]. Vai ser feito um processo de comparação com outras pessoas para ter essa resposta. Vamos solicitar o exame ao pai, e vai caber ao pai proceder ou não com o exame. É um direito dele se negar a fazer o exame. Caso se negue, procuraremos as vias judiciais”, informou Alan.

Ao todo, foram encontradas e recolhidas para análise cerca de 15 peças de roupas entre vestuários adultos e de criança, segundo a a polícia.

Perícia complementar

Além da perícia inicial do Departamento Médico Legal (DML) de Vitória ter constatado sinais de abuso sexual e tortura, foi pedida também uma perícia complementar no corpo de Jorge, mas ainda não há prazo para que este novo laudo seja concluído. A Polícia Civil não esclareceu, porém, os motivos que embasam o pedido da nova perícia.

O delegado à frente do caso afirma que a Polícia Civil deve concluir nesta quinta-feira o inquérito e definir os crimes pelos quais os pais serão indiciados, encaminhando a denúncia ao Ministério Público estadual.

“No caso da prisão em flagrante, o inquérito tem o prazo de 10 dias para ser concluído. É provável que amanhã esse inquérito seja remetido ao poder Judiciário e ao Ministério Público para realizar o indiciamento e acusação dessas pessoas. Ainda estamos analisando [por quais crimes serão indiciadas]. É uma apuração muito extensa e que demanda uma análise muito cautelosa, porque não podemos acusar as pessoas sem provas. Nós não vamos fazer um indiciamento irresponsável, nós sabemos que estamos lidando com vidas de pessoas, uma família que está abalada, mas o nosso papel é agir”, contou Alan.

Até o momento, cerca de 15 pessoas foram ouvidas pela polícia, entre familiares, vizinhos, assistentes sociais, médicos e enfermeiros do Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), para onde Jorge foi levado pelos pais, inicialmente com um suposto quadro gripal.