Muita revolta, dor, eu quero justiça’, diz mãe de adolescente morto por PM no ES

Muita revolta, dor, eu quero justiça’, diz mãe de adolescente morto por PM no ES

Cleia Louza Rebouças, mãe do adolescente morto à queima roupa por um PM no Espírito Santo, relatou que o filho seria pai de gêmeos e queria mudar de vida. Carlos Eduardo Rebouças Barros, de 17 anos, já estava rendido durante uma abordagem quando foi morto.

“Muita revolta, uma dor que eu não consigo explicar, uma dor que nunca vai sair do meu coração”, relatou, emocionada, a mãe do adolescente.

Na versão dos policiais, eles apuravam uma denúncia de tráfico e perseguiam o adolescente. Após ser rendido, os policiais mataram, arrastaram o corpo a outro local e ainda fraudaram o boletim de ocorrência para omitir o homicídio. O caso só foi descoberto quando as imagens da câmera de segurança foram encontradas.

À TV Gazeta, a mãe contou que o filho chegou a se envolver com o tráfico, mas após a notícia de que seria pai tentava mudar de vida. Ele pretendia, inclusive, mudar de cidade para poder recomeçar e cuidar dos filhos.

“Ele pediu, ‘me dá só um dinheiro mãe, pra poder ajudar o meu irmão pra pagar o aluguel lá, pra nós dois ficar juntos, quero cuidar dos meus filhos’. Ele queira ir pra Vitória pra recomeçar, não só ela tá grávida de gêmeos como a ex dele tá gravida de cinco meses. Ele não era ruim, meu filho”, explicou.

Cleia disse que desmaiou quando ficou sabendo da notícia da morte do filho e que não conseguiu ver o vídeo em que Eduardo é morto já rendido pelo PM. A mãe disse ainda que policiais não deixaram ela entrar no hospital para onde Eduardo foi levado.

“Eu desmaiei dentro da roça, meu encarregado me trouxe. Quando cheguei na porta do hospital, eu queria entrar, eu sentia ainda que ele estava vivo, mas o policial, não sei quem é, ele apontou a arma e falou que não era pra entrar. Ele tava com um fuzil grande na mão e falou: ‘leva ela pra casa’. Não deixou eu entrar pra ver o meu filho” relatou.

“Ele tinha 12 anos quando tentaram forçar ele a usar arma e vender. Eles falaram que não, que não, parece que começou a levar coronhada, que as pessoas forçavam “, disse a mãe.

A mãe lembrou que sempre criou os dois filhos, gêmeos, muito grudados, e o quanto vai ser difícil ter apenas um ao seu lado.

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