Dono do Tigrão de Guarapari completa 97 anos e recebe homenagem

Dono do Tigrão de Guarapari completa 97 anos e recebe homenagem

Dono do tradicional Posto Dino e também de um dos principais símbolos de Guarapari — a famosa estátua do tigrão, que fica próximo à ponte que liga o centro da cidade ao bairro Muquiçaba —, o empresário Dino Simões Pádua completou 97 anos na semana passada. 

Como presente, ele recebeu uma miniatura da estátua, que há mais de meio século é referência para quem passa pela região. No souvenir, o “tigrinho” veste uma camisa com o nome Dino na frente e o número 97 atrás, em alusão à idade do empresário.

A história do Tigrão de Guarapari começou no ano de 1972, quando a Esso, empresa petroleira norte-americana, realizou uma campanha em todo o Brasil, em que os postos de combustíveis recém-inaugurados da marca exibiam estátuas de tigres, símbolo da companhia, feitas de fibra de vidro.

Um dos postos que participou da campanha foi o de um amigo do Seu Dino, o empresário Adir Bachu, localizado em Cobilândia, Vila Velha. Dino gostou da estátua e a pediu emprestada ao amigo, para que ela passasse um tempinho em seu posto, em Guarapari.

Só que o que era para ser dez dias acabou virando 51 anos. De acordo com a consultora e professora de marketing digital, Diana Pádua, filha do Seu Dino, o tigrão fez tanto sucesso com os turistas que o pai pediu diretamente à Esso para ficar com ele de vez. 

O pedido foi aceito e hoje o Tigrão de Guarapari é considerado patrimônio afetivo da Cidade-Saúde.

“Na época, o sr. Bachu até disse que a estátua estava atrapalhando e acabou permitindo meu pai levar. Como Guarapari já era uma cidade muito visitada por turistas naquela época, muitos paravam para tirar fotos do tigre. E ele acabou virando um símbolo da cidade”, contou.

Inicialmente, o tigrão ficava dentro do Posto Dino, localizado no lado oposto onde hoje está a estátua. Ao longo dos anos, o Tigrão de Guarapari mudou de lugar algumas vezes e hoje está bem na descida da ponte, do lado direito dos motoristas que seguem de Muquiçaba para o centro.

Além disso, ao longo das décadas, o tigrão passou por diversas “mudanças de visual”. Entre outros temas, já se vestiu de Papai Noel, carnavalesco, havaiano, pirata, veste a camisa da seleção brasileira em anos de Copa do Mundo e até já “segurou” a tocha olímpica.

“As pessoas têm muito carinho por ele. Muitas crianças querem tirar foto, é uma referência. Alguns amigos já me disseram que toda vez que passam por ele, lembram de mim. E, para o meu pai, é como se fosse um filho”, conta Diana.

Seu Dino e o tigrão, inclusive, já foram tema de samba-enredo, no Carnaval de 2007. Na ocasião, o bloco Amigos da Fonte, de Guarapari, decidiu homenagear o empresário. Uma réplica do tigrão foi o destaque do principal carro alegórico do bloco.

Espírito empreendedor e de inventor

Além da famosa estátua, Seu Dino é dono do primeiro posto de combustíveis de Guarapari e o estabelecimento comercial mais antigo da cidade. O Posto Dino está em funcionamento há 60 anos.

Nascido em Viana, no ano de 1926, Dino Simões Pádua se mudou para Guarapari nos anos 50. Na Cidade-Saúde, o empresário criou uma empresa de ônibus, a primeira do município, a Viação Guarapari.

Anos mais tarde, a empresa, que fazia trajetos entre Guarapari, Vitória e Anchieta, foi adquirida pela Viação Itapemirim, do empresário Camilo Cola.

Antes de iniciar, em 1963, o posto de combustíveis, Seu Dino também foi dono de um lavador de carros e de uma oficina mecânica, ambos pioneiros em seu ramo de atuação em Guarapari.

Diana destaca que, além da veia empreendedora, seu pai é um grande inventor. Ela conta que, entre suas obras, Seu Dino construiu um elevador para um prédio de quatro andares, onde funcionava o hotel da família, e um gerador de energia, criado a partir de um motor de caminhão.

O gerador, segundo a filha do empresário, foi construído há 41 anos e funciona até hoje, ajudando a iluminar o posto de combustíveis e a casa da família quando ocorre falta de energia.

“Esse gerador funciona a óleo diesel e bateria. Ele detecta quando falta energia e, automaticamente, começa a funcionar. E, poucos segundos antes da energia voltar, ele já desativa, também automaticamente. Por causa dele, nós não sabemos o que é ficar no escuro. Quando falta energia, a cidade fica às escuras, mas o posto segue iluminado”, conta.

Seu Dino também já participou ativamente da política de Guarapari. Ele já foi vereador do município por dois mandatos e também foi secretário de obras.

Além disso, foi figura importante na construção da ponte entre Muquiçaba e o centro, e também contribuiu para a chegada de água e luz no município.

Fonte: Folha Vitória

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