Um policial militar de 36 anos foi preso em flagrante após matar a tiros um homem, identificado como Janilson Victor Gomes, de 35 anos, na noite de quarta-feira (21), no bairro Cantagalo, município de Anchieta, no Litoral Sul do Espírito Santo. O agente foi identificado como o cabo Vitor Braga de Oliveira, de 36 anos, que estava de folga no momento do ocorrido.
Consta e boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar que Vitor disse aos policiais que estava saindo da casa de seu pai quando recebeu uma ligação de seu irmão, que contou a ele que estava jogando futebol em uma quadra esportiva com alguns amigos quando Janilson teria chegado ao local e os ameaçado com uma arma. O cabo da PM disse que ficou preocupado com o irmão e foi até o local. Vitor contou que Janilson teria pulado na frente de seu carro e o ameaçado. O cabo disse que ficou assustado com a atitude e atirou quatro vezes contra o homem.
Conforme a ocorrência, Vitor disse que Janilson estaria armado. Nenhuma arma foi apreendida com o homem. O corpo dele foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), da Polícia Científica, para ser necropsiado e, posteriormente, liberado para os familiares.
A Polícia Civil disse que o cabo Vitor Braga de Oliveira foi levado para a Delegacia Regional de Guarapari, autuado em flagrante por homicídio e encaminhado ao presídio militar. A pistola calibre .40 e as munições do policial foram recolhidas e passarão por perícia.
No boletim de ocorrência, a Polícia Militar descreve que Janilson seria um traficante da região. A reportagem de A Gazeta procurou a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) para saber se ele teria passagens por presídio, e a pasta afirmou que o homem tem registros de entradas e saídas no sistema prisional a partir de julho de 2010 por crime de furto e roubo, e foi solto por meio de alvará expedido pela Justiça em agosto de 2022.
O que diz a Polícia Militar
Procurada por A Gazeta, a Polícia Militar afirmou que está ciente do fato relatado e que todas as ações necessárias serão realizadas para garantir uma apuração rigorosa e imparcial da conduta do policial militar envolvido. Veja nota na íntegra:
Polícia Militar | Nota na íntegra
“Com base em seu compromisso com a ética e a transparência, a Polícia Militar do Espírito Santo informa que está ciente do fato relatado e que todas as ações necessárias serão conduzidas para assegurar uma apuração rigorosa e imparcial da conduta do policial militar envolvido. Durante o processo de investigação serão adotadas as providências legais para melhor esclarecimento dos fatos.”
O que diz a ASPRA
A reportagem também procurou a Associação das Praças da Polícia e Bombeiro Militares do Espírito Santo (Aspra), que representa a categoria profissional à qual está inserida o cabo da PM preso, mas até a publicação desta matéria não houve retorno.