Ideally construtora
806,10 x 103,2
al_0004_24d_webban_806x103px
sc_0031_24c_webban_900x115px
CESM
Screenshot_6
WhatsApp Image 2023-02-02 at 12.48.59
previous arrow
next arrow
Ideally construtora
806,10 x 103,2
al_0004_24d_webban_806x103px
sc_0031_24c_webban_900x115px
CESM
Screenshot_6
WhatsApp Image 2023-02-02 at 12.48.59
previous arrow
next arrow
Notícias

Pandemia deixa a comida mais cara e preço pode subir mais

Entre março do ano passado e fevereiro deste ano, as despesas com alimentação e bebidas subiram 17,52% na Grande Vitória sob pressão de itens básicos da cesta de consumo, como óleo de soja (72,34%), arroz (65,39%), entre outros
Entre março de 2020 e fevereiro de 2021, a inflação de alimentos e bebidas cresceu 17,52% na Grande Vitória – quase três vezes a inflação oficial do período, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 6% nas principais cidades do Espírito Santo, segundo dados do IBGE. E não teve para onde fugir.

A alta atingiu, principalmente, produtos considerados a base da alimentação do brasileiro, como arroz, feijão, carnes e óleo de soja. Os preços podem continuar alto com o avanço da crise, que tem já levado a queda na produção de alguns itens e pressionado os preços dos alimentos a materiais como aço, construção civil, entre outros.

Nas últimas semanas, em que o país registrou recordes de óbitos diários pelo novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atribuiu a alta dos alimentos à política de isolamento e distanciamento para evitar a disseminação da doença. Ele nega que tenha influência sobre a disparada dos preços no último ano. “Agora, todo mundo é responsável… agora quem está com essa política excessiva do ‘fique em casa’? Não sou eu.”

Entretanto, não é tão simples, e tampouco o isolamento é o único responsável pelo encarecimento dos alimentos. A alta dos preços está ligada a uma série de fatores, principalmente o aumento do dólar frente ao real e a valorização de determinadas commodities, que impactam toda a cadeia produtiva.

A depreciação do câmbio, aliás, tem relação direta com as interferências políticas na economia, como o episódio que levou a demissão do presidente da Petrobras pelas redes sociais, mostrando uma tentativa de o governo mudar a política de preços dos combustíveis. Atitudes assim levam o dólar disparar, afetando diretamente o orçamento das famílias.

O economista Mário Vasconcelos observa que, além do temor em relação à pandemia, o fortalecimento do dólar e a desvalorização do real que alcançou 22% em um ano se devem em grande parte à incerteza política, associada ao aumento do déficit e dos gastos públicos.

“Boa parte da nossa cesta de consumo é precificada pelo dólar, seja direta ou indiretamente. É o caso do arroz, do feijão, do óleo, da soja, entre tantos outros produtos. Com o dólar alto, naturalmente os produtos ficam mais caros. E o dólar tem se mantido em um patamar elevado no país justamente em função da grande incerteza econômica e política. Recentemente, a moeda quase bateu a casa dos R$ 6 por causa disso.”

A alta da moeda norte-americana foi sentida durante todo o ano. Em janeiro de 2020, o dólar era cotado a pouco mais de R$ 4. Em março daquele ano, quando veio a pandemia, saltou a R$ 4,50, logo batendo os R$ 5. Hoje, a moeda já ultrapassa os R$ 5,70.

Paralelamente, Vasconcelos chama atenção para o aumento da demanda internacional, não só por produtos agrícolas, mas também pelas commodities minerais, como o minério de ferro. Depois do baque inicial, quando a economia global desacelerou em função da primeira onda da pandemia, os países voltaram a crescer e intensificaram o volume de compras.

A economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) Patrícia Costa comenta que o dólar caro faz o produtor priorizar as exportações, esvaziando o mercado local. O resultado é um preço maior em razão da procura e pouca oferta.