Escolas não vão mais ficar longos períodos fechadas, afirma secretário

Escolas não vão mais ficar longos períodos fechadas, afirma secretário

As escolas públicas e privadas não devem mais ficar fechadas por longos períodos, no Estado, durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A única exceção seria para o caso de uma nova onda da doença, que possa exigir uma nova quarentena.

Durante uma coletiva de imprensa, na tarde desta segunda-feira (10), o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, explicou que os municípios capixabas precisam começar a se preparar para que as escolas tenham um retorno seguro, oferecendo: espaços ventilados, máscaras e equipamentos para alunos e profissionais da educação, cumprindo os protocolos de distanciamento e higiene.

“Em contextos semelhantes ao que vive hoje o Espírito Santo, com uma queda sustentada do número de internações, dos casos, de óbitos, e uma confirmação das taxas de transmissão também reduzidas, todos os países do mundo retomaram de alguma maneira, as atividades da educação. Nós reconhecemos que a educação ocupa a centralidade dentro da sociedade”, explicou.

O secretário ainda afirmou que, para definir essa condição, o Estado está adotando uma diretriz proposta pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), de que a educação e as escolas devem sempre ser as primeiras a abrir e as últimas a fecharem.

“Os prejuízos acumulados para a infância, adolescência, para a juventude, por um período muito longo de fechamento contínuo das escolas, pode ser irreparável. Os ciclos de aprendizagem, as competências a serem desenvolvidas num determinado momento, a continuidade do ciclo de desenvolvimento da educação da juventude, poderão ter um comprometimento que nos levará anos para ser corrigido e recuperado”. 

Nésio ressaltou que também foram levadas em consideração as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), além de entidades estudantis e sociedades médicas.

“Nós não podemos perder a oportunidade de devolver as nossas crianças às nossas escolas. Nós temos o risco de ter, na América Latina, os piores índices de evasão escolar dos últimos 30 anos, como consequência do longo período de fechamento das das escolas”, afirmou.

Segundo o secretário, a população de até 18 anos não representa grandes proporções de casos, internações e óbitos.

“No entanto, existe um risco de transmissão pela doença, próprio de quem vive na comunidade. Não existe qualquer lugar em sociedade livre de risco de transmissão na pandemia. No entanto, num contexto de queda nas taxas, nós reconhecemos que as escolas precisam ser preparadas para serem um ambiente seguro”, disse.

A expectativa do governo com essa decisão é de que, no próximo semestre, o Estado consiga “dar novos passos no desenvolvimento da educação e trabalhar com a construção de como deverá ser a educação em 2022”. 

Questionado se isso seria uma orientação ou obrigação, o secretário explicou que os municípios não são obrigados a retornarem com as aulas presenciais, mas afirmou que fechar as escolas, “apenas pelo fato de estarmos em uma pandemia”, não será mais aceito como uma justificativa.