O pai de um bebê de nove meses morto com sinais de agressão foi preso na noite desta segunda-feira (16) em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo.
A morte da criança aconteceu em Água Doce do Norte, no último domingo (15).
O pai foi preso nas dependências do Serviço Médico Legal (SML) de Colatina, no momento em que faria a liberação do corpo do bebê, juntamente com a mãe da criança.
“As suspeitas começaram ainda no domingo, quando os pais levaram o bebê para o atendimento médico, afirmando que o filho teria se engasgado no próprio vômito. No entanto, a médica que fez o atendimento não constatou indícios de engasgo, mas sim sinais compatíveis com agressões físicas”, afirmou o delegado Ricardo de Oliveira, plantonista da Delegacia Regional de Colatina.
O delegado relatou que a médica acionou a Polícia Militar e os pais foram conduzidos à Delegacia Regional de Barra de São Francisco, onde prestaram depoimento, mantendo a versão de que a criança teria se engasgado no próprio vômito, sendo socorrida pelo pai, porque a mãe estava tomando banho.
Apesar da versão suspeita, não havia, naquele momento, provas de crime, de acordo com a polícia. O casal foi liberado e o corpo do bebê encaminhado para o SML de Colatina, onde foi realizado o exame cadavérico.
No dia seguinte, o casal se apresentou à Delegacia Regional de Colatina para realizar os procedimentos de liberação do corpo, e manteve a versão de que o bebê havia engasgado no próprio vômito.
Entretanto, a médica legista do SML de Colatina já havia constatado que a versão apresentada pelos pais do bebê era totalmente incompatível com o resultado do exame: morte em decorrência do traumatismo crânio-encefálico, decorrente de ação contundente, praticada com crueldade. Em outras palavras, o exame cadavérico concluiu que o bebê foi espancado.
A médica relatou o resultado do exame para o delegado titular da DR de Barra de São Francisco que, por sua vez, encaminhou as informações ao delegado plantonista da DR de Colatina. Juntamente com um policial, ele foi até o SML de Colatina e prendeu o pai do bebê em flagrante.
“Ele foi autuado em flagrante por falsidade ideológica, por ter declarado oficialmente, em depoimento, informações que não eram verdadeiras. Além disso, representamos por sua prisão temporária, pelo crime de homicídio qualificado por meio cruel, além do aumento da pena pelo fato de a vítima ser menor de 14 anos”, relatou Ricardo de Oliveira.
O preso foi conduzido ao sistema prisional e a mãe foi liberada após o depoimento. O caso segue sob investigação na DP de Água Doce do Norte. Os nomes dos pais e da criança não foram divulgados.