A Prefeitura de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, confirmou a terceira morte por febre maculosa. A vítima é Bruno Batista, o morador da cidade estava internado em um hospital e morreu na manhã deste domingo (9). Esta é a quarta morte pela doença no Estado nas últimas duas semanas.
Bruno Batista era casado com a segunda vítima da doença, Ana Carolina Batista, que morreu no último domingo (2). Bruno estava hospitalizado na UTI do Hospital Evangélico Litoral Sul.
Segundo a família, o velório da vítima aconteceu durante a tarde em uma igreja evangélica na comunidade de Rio Muqui da Pedra, em Itapemirim. O sepultamento estava marcado para acontecer em um cemitério na Vila de Itapemirim.
Todos os três pacientes com o diagnóstico de febre maculosa vieram a óbito em Itapemirim. Outros três casos suspeitos tiveram resultado negativo.
Mimoso do Sul
Houve também um caso da doença em Mimoso do Sul. A vítima, identificada como Wany Thomas de Souza, de 23 anos, morava na zona rural do município e morreu na quarta-feira (5).
Wany deu entrada no Pronto Socorro do Hospital Apóstolo Pedro (HAP) no dia 30 de setembro com suspeita de dengue hemorrágica ou leptospirose.
A vigilância epidemiológica da cidade passou a acompanhar o caso e abriu notificação para febre maculosa. A vítima havia contado que foi picada por um carrapato às margens do Rio Itabapoana.
Na segunda-feira (3), a jovem foi transferida para o Hospital de Itapemirim (HECI), onde morreu. De acordo com a equipe médica do hospital, a paciente deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital em estado de extrema gravidade.
Investigações
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) informou que na semana passada emitiu alerta para os municípios capixabas sobre a febre maculosa e fez uma reunião com profissionais de saúde das vigilâncias municipais. De acordo com a Sesa, nesta semana terá treinamento e pesquisas para identificação de carrapatos.
Neste ano foram registrados sete casos de febre maculosa em todo o estado e quatro pessoas morreram. Em todo 2021, foram dezessete casos confirmados e oito mortes.
A Prefeitura de Itapemirim informou que seguem a linha de investigação de que a contaminação ocorreu em uma provável área distante da comunidade de Rio Muqui, onde foi realizada uma pescaria por dois dos pacientes confirmados. Equipes da vigilância municipal e estadual estão realizando uma varredura, coletando material, na área onde residem as vítimas e no local da pescaria.
De acordo com a prefeitura de Mimoso do Sul, eles vão investigar para saber onde houve a infecção pela doença, já que a jovem disse que esteve às margens do Rio Itabapoana dias antes de adoecer e que encontrou encontrou um carrapato no pé.
Febre maculosa
A febre maculosa é a doença causada por uma bactéria do gênero Rickettsia transmitida pelo carrapato-estrela e que pode gerar uma série de sintomas como febre, manchas avermelhadas pelo corpo, dores de cabeça e pelo corpo. Os casos podem evoluir para morte.
Os sintomas desses pacientes teriam começado após comer carca de caça. Mas, a prefeitura de Itapemirim declarou que a carne foi enviada ao Lacen para análise, mas ressaltou que é pouco provável que o consumo da carne transmita a febre maculosa, já que a doença é transmitida pelo carrapato contaminado com a bactéria, não pela ingestão.
A segunda vítima, Ana Carolina Batista, foi hospitalizada também no Hospital Evangélico Litoral Sul. Já o primeiro paciente que morreu por febre maculosa, identificado como Antônio Everaldo Rodrigues da Silva, ficou internado na Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim.