O presidente da Comissão Especial da Assembleia Legislativa que fiscaliza o contrato com a Rodosol vai fazer audiência pública, no próximo dia 31, às 18h, no Gastrobar Bosque de Setiba, para ouvir a população sobre o assunto
Após 25 anos, no dia 22 de dezembro deste ano a Rodosol, empresa que administra a Rodovia do Sol e a Terceira Ponte, não estará mais à frente da concessão. Em seu lugar, quem assume é o governo do Estado. O que todos querem saber é: haverá a redução no preço do pedágio?
O presidente da Comissão Especial da Assembleia Legislativa que fiscaliza o contrato com a Rodosol, deputado Fabrício Gandini (Cidadania), já tomou uma posição: vai defender o pedágio zero na Rodovia do Sol e a cobrança de tarifa mínima na Terceira Ponte. Atualmente, o valor do pedágio para motocicletas e carros na ponte é de R$ 1,40 e R$ 2,80, respectivamente. Já em Guarapari, as motos pagam R$ 6,30 e os automóveis R$ 12,60.
O parlamentar afirma que a sua decisão está balizada em critérios técnicos, mas garante que vai ouvir a população para saber o que os moradores defendem que seja realizado pela Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb-ES), que ficará à frente do contrato enquanto o governo do Estado não realiza uma nova licitação.
Totalizando 67,5km, a área de concessão é compreendida pelo trecho que se inicia em Vitória na praça de pedágio, passa pela Ponte Deputado Darcy Castello de Mendonça (conhecida como Terceira Ponte) e segue pela Rodovia do Sol até o trevo de Meaípe. Exclui-se a operação no trecho urbano de Vila Velha.
AUDIÊNCIA
Gandini reforça que vai reunir os moradores dos bairros próximos à praça do pedágio da Rodovia do Sol, no próximo dia 31, às 18h, no Gastrobar Bosque de Setiba, para a realização de uma audiência pública que também servirá para esclarecer como ficarão os serviços após o governo assumir a gestão da 3ª Ponte, da Ciclovia da Vida e da Rodovia do Sol.
A comunidade espera que, no caso da rodovia, seja mantida a conservação da via e o serviço de atendimento ao usuário com os recursos dos impostos. Também cobra melhorias para garantir a construção do viaduto na Ponta da Fruta, a passagem inferior na Barra do Jucu e no Ulé, a ciclovia ligando Barra do Jucu e Setiba, melhorias na iluminação, pontos de ônibus, dentre outros.
O Conselho Interativo de Segurança e Defesa Social da Região Norte de Guarapari (Consenorte) também vai se mobilizar para cobrar o pedágio zero na rodovia. O Conselho organiza um ato público pacífico, no dia 27, às 16h, na praça do pedágio, para defender o fim da tarifa na Rodovia do Sol.
“A pergunta agora é: qual será o novo valor do pedágio? Um estudo está sendo feito pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a pedido do governo, mas acredito na sensibilidade do governador Renato Casagrande de que possamos zerar o pedágio na Rodovia do Sol. Na 3ª Ponte, defendo que a tarifa deve ser mínima, para manter os serviços necessários”, adiantou Gandini.
Para que a Ceturb assuma a gestão, o governo deve alterar a lei que organiza o trabalho exercido pela companhia, já que a legislação não prevê essas atividades, que normalmente são executadas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). O texto da alteração passará pela Assembleia Legislativa. Se aprovado, o governador deve sancionar.
Com a mudança, a gestão do pedágio, dos guinchos, das ambulâncias que prestam assistência em casos de acidentes e a retirada de animais são alguns serviços que passam a ser geridos pela Ceturb. Outras atividades, como a manutenção do pavimento e a sinalização da via, devem ficar a cargo do DER.
“Entendo a preocupação em manter os serviços, mas a rodovia está duplicada e em boas condições de uso, o que permitirá ao governo assumir o trecho. O ideal seria o fim do pedágio também na 3ª Ponte – afinal são 25 anos de cobrança – mas, se isso não é possível, devido à necessidade de recursos para gastos com o videomonitoramento, recolhimento de animais, etc, defendo um alívio no bolso dos motoristas. Já pagamos muitos impostos!”, declarou Gandini.
O parlamentar disse ainda que é preciso sentir o “calor da panela”, comparando ao que os moradores da região da praça do pedágio estão sentindo. “Sentir a dor de quem está naquele entorno”, afirmou, destacando que é uma injustiça o fato dos moradores locais terem de pagar o pedágio para percorrer pequenas distâncias no mesmo município.