Proteger crianças e adolescentes da violência é um grande desafio. Um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostra que em 27 anos o número de homicídios de adolescentes mais que sobrou no Brasil. Todos os dias, em média, 32 meninos e meninas de 10 a 19 anos são assassinados no país. No Espírito Santo foram 4 mil vítimas em 10 anos.
No final de semana uma criança de cinco anos foi baleada na cabeça, vítima de bala perdida em Guarapari. No dia 9 de novembro, um adolescente de 16 anos e um amigo foram assassinado a tiros após um baile funk, em Vitória.
“Enquanto o Brasil não priorizar nas políticas públicas a infância e a adolescência, os desafios vão continuar. Outro importante fator que nós cada vez mais estamos nos deparando no Brasil são as desigualdades, que afetam drasticamente a infância e a adolescência”, explicou Luciana Phebo, coordenadora do Unicef no Sudeste. Ela ainda avalia que após 30 anos da convenção sobre os Direitos da Criança, ainda há muito o que fazer.
Estado Presente
O governo do Estado diz que desde a implantação do programa Estado Presente o número de mortes de jovens no Espírito Santo tem diminuído. De janeiro a outubro de 2017, 300 crianças e adolescentes foram assassinadas. Em 2018 foram 189 e este ano, nesse mesmo período, foram 176.
“Nós temos 37 programas de proteção social na área de educação, ampliando a oferta de creches, ampliando a oferta de escolas em tempo integral, dando também oportunidades no contra-turno escolar, com atividades esportivas, com atividades de cultura, lazer, trabalhando a habilidade desses jovens”, afirma o Secretário de Estado de Planejamento, Alvaro Duboc.
E há muitos jovens e adolescentes mobilizados para cobrar seus direitos. Blenda Amanda Lima, que tem 16 anos e é de Vila Velha, escreveu uma carta, junto de outros 50 adolescentes. O documento foi lido no Congresso Nacional, em Brasília.
“A gente pretende que esses direitos sejam exercidos e que as gerações futuras recebam o que estamos recebendo hoje: essa oportunidade de estar vindo, de mostrar para vários adolescentes do mundo e do Espírito Santo especialmente que eles podem correr atrás que eles conseguem”, pontua a jovem.