Ideally construtora
806,10 x 103,2
al_0004_24d_webban_806x103px
sc_0031_24c_webban_900x115px
CESM
Screenshot_6
WhatsApp Image 2023-02-02 at 12.48.59
previous arrow
next arrow
Ideally construtora
806,10 x 103,2
al_0004_24d_webban_806x103px
sc_0031_24c_webban_900x115px
CESM
Screenshot_6
WhatsApp Image 2023-02-02 at 12.48.59
previous arrow
next arrow
Notícias

Aluna da rede pública aprovada em medicina estudava com livros que mãe encontrava nas ruas

Uma estudante da rede pública do Espírito Santo foi aprovada no curso de medicina em duas universidades públicas após passar anos estudando nos livros que a mãe encontrava nas ruas.

Débora Sousa Rocha, que vive em São Gabriel da Palha, no Noroeste do estado, conseguiu pontuação necessária para ser aprovada nas universidades da Bahia e do Rio Grande do Sul.

Algumas dificuldades apareceram. Com a pandemia da Covid-19 e a necessidade de acompanhar as aulas do ensino médio de forma remota, Débora contava apenas com um telefone com a tela quebrada para continuar estudando.

Ela mora com a família em uma casa simples. Os pais não tinham dinheiro para matriculá-la em cursos particulares ou comprar um computador para a filha estudar. O sinal de internet também não chega no terreno onde vivem, o que impossibilitava que o modelo on-line fosse seguido pela capixaba.

Essas dificuldades, porém, não impossibilitaram Débora de prosseguir com o sonho de estudar para ser médica.

Para isso, ela contou com ajuda da mãe, a catadora de material reciclável Maria Miracena, que dividia o foco com a busca por livros que pudessem ajudar Débora a conquistar a entrada na universidade.

Das ruas, os livros iam parar na mesa de casa. E era lá onde Débora se debruçava sobre os estudos até altas horas da noite.

“Tinha que conciliar os estudos do Enem com meu estudo na escola. E eu não consegui passar no primeiro ano. Depois que não passei na primeira vez, e no segundo ano eu comecei a trabalhar de meio período e fui estudar na parte da tarde. E aí estudava logo após chegar do trabalho até mais ou menos 23h”, afirmou Débora.

Os professores da escola onde Débora estudava também a auxiliaram durante o período longe da sala de aula por conta da pandemia.

“A gente fazia um material com a lista de conteúdo, com atividades para ela fazer. Ela pegava esse material, com todas as matérias, levava para casa, fazia, levava para corrigirmos, e fazíamos um novo material”, contou a professora Elaine Cristina Moreira.

Com tanto esforço, a recompensa chegou. Na segunda tentativa no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), veio a tão esperada nota para ingressar na faculdade de medicina. E duas. Uma em Feira de Santana (BA) e outra em Porto Alegre.